logo paraiba total
logo paraiba total

Inclusão de deficientes intelectuais ainda é um grande desafio, diz especialista

20 de agosto de 2018

Nesta quarta-feira, 22, é o Dia da Deficiência Intelectual. De acordo com a última Pesquisa Nacional de Saúde, feita pelo IBGE em parceria com o Ministério da Saúde, 0,8% da população brasileira tem algum tipo de deficiência intelectual, sendo mais da metade em grau intenso ou muito intenso de limitação. O levantamento que visitou 64 mil domicílios brasileiros também aponta que 0,5% desse público já nasceu com as limitações.

Instituída com o objetivo de contribuir para a desconstrução de preconceitos, a data busca incentivar ações de integração na sociedade. Para Sofia Maia, diretora da Escola Novo Olhar, muito mais do integrar é preciso ainda conscientizar. “Todo mundo sabe que existem vários tipos de deficiência e elas afetam de forma diferente a questão intelectual. Trabalho com autistas e portadores de síndrome de down e não dá para tratá-los igual. Cada um tem sua excepcionalidade, características individuais, e por isso necessita de atenção específica, de um olhar atento a cada condição”.

Em 1999, Sofia fundou sua escola destinada a pessoas com deficiência e identificou naquele ano um problema que existe ainda hoje: a rejeição e precariedade das escolas tradicionais com relação aos alunos deficientes. Na opinião da psicopedagoga e psicóloga, as escolas tradicionais não estão preparadas para os alunos especiais porque ainda não compreenderam que eles precisam de uma atenção diferente. “Ouvi muitos relatos de mães que matricularam seus filhos em uma escola normal e os viam escanteados. Falta perceber que um aluno especial muito dificilmente vai acompanhar uma criança normal, então o que ele precisa é de um método de ensino personalizado, que contemple suas necessidades”, coloca a diretora.

Apesar do número de pessoas com deficiência em sala de aula comum vir aumentando, o desafio ainda é muito grande. “Alunos com síndrome de down e autismo, por exemplo, exigem professores capacitados. Nosso modelo convencional e os conceitos pedagógicos precisam ser remodelados. Não adianta as escolas regulares aceitarem as matrículas desses alunos e não suprirem a necessidade deles. O mais importante para uma criança com deficiência é desenvolver a autonomia e dar a ela a possibilidade de aprender a interagir e colaborar. O objetivo não é fazer com que ela aprenda o mesmo que as outras”, completa Sofia.