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SENAI oferece apoio para desenvolvimento de projetos inovadores

1 de novembro de 2018


O Brasil ocupa a 64ª posição no Índice Global de Inovação (IGI). O país subiu no ranking, mas não ficou nem mesmo entre os líderes em inovação na América Latina, que segue com o Chile na primeira posição regional. Nos últimos dois anos, o país ocupava o 69º lugar. Na escala global, Suíça, Reino Unido e os Estados Unidos lideram. A melhor colocação já registrada foi em 2011, quando o Brasil ocupava a 47ª.

Entre os fatores que têm impedido o avanço do país no campo da inovação está a falta de recursos financeiros para o desenvolvimento de projetos. De acordo com a última Pesquisa de Inovação (Pintec), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada a cada três anos, o percentual de empresas inovadoras que receberam apoio do governo para atividades de inovação aumentou em relação ao período anterior, passando de 34,2%, entre 2009 e 2011, para 40%, entre 2012 e 2014. Mas a principal fonte de suporte financeiro continua sendo o autofinanciamento. Quase 70% das empresas que inovaram em produto ou processo, entre 2012 e 2014, apontaram a escassez de fontes de financiamento como uma das maiores dificuldades para realizar inovação.

Para auxiliar as indústrias, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) oferece apoio para o desenvolvimento de projetos, produtos e processos em diversos segmentos, por meio do Edital de Inovação para a Indústria. Desde que foi criado, em 2004, o Edital ajudou mais de 800 empresas a serem competitivas por meio de novos produtos e processos inovadores. Em outubro, o Edital atingiu a marca de mil projetos inovadores selecionados, nos quais foram investidos mais de R$ 545 milhões.

As empresas selecionadas contam com apoio da infraestrutura da rede de 25 Institutos SENAI de Inovação e dos 58 Institutos SENAI de Tecnologia. O diretor do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Rio Grande do Sul (SENAI-RS), Carlos Trein, explica queo objetivo é estimular o desenvolvimento de soluções inovadoras para a indústria brasileira, sejam novos produtos, processos ou serviços.  “Para conseguir atender as demandas da empresa, nós temos algumas operações subsidiadas. O Edital de Inovação para a Indústria tem um fluxo contínuo em que a indústria coloca sua necessidade e aí se aprovado o SENAI recebe recursos para apoiar esta empresa no desenvolvimento deste projeto. Em até 24 meses, a empresa se beneficia com o novo produto ou novo processo e incorpora isso ao seu portfólio”, destaca.

Para o especialista em finanças e tecnologia, Edemilson Paraná, investir em inovação tecnológica é a chave para o sucesso de uma empresa e também para o desenvolvimento do Brasil. “Sem dúvida alguma é fundamental integrar, investir e fortalecer esse ecossistema de inovação no país. Todo desenvolvimento tecnológico dentro do processo produtivo, visa, fundamentalmente, o ganho de produtividade”, ressalta.

E é nessa necessidade de inovação que a multinacional Welle Laser, especializada em máquinas e equipamentos para marcação e gravação a laser e microusinagem tem investido. Em 2017, a empresa cresceu 273%. Um dos fatores que colaboraram para o sucesso da Welle foi o lançamento de uma máquina para corte de aço a laser, que pode cortar chapas de aço de até 30 milímetros, desenvolvido em parceria com o Instituto SENAI de Inovação em Laser, localizado no município de Joinville, em Santa Catarina.

O CEO da Welle Laser, Rafael Mantovani, explica que colocar a máquina no mercado exigiu muito trabalho, mas vem rendendo bons resultados para a fabricante. A produção das máquinas exigiu um investimento de mais de R$10 milhões, mas já conseguiu arrecadar pelo menos duas vezes mais do que valor investido. Segundo Rafael, o apoio do Instituto SENAI de Inovação foi o que tornou o projeto possível. “O SENAI possibilitou que a gente fizesse um avanço nesse desenvolvimento, que foi fundamental para a companhia. O SENAI nos ajudou bastante nessa parte tecnológica do desenvolvimento do equipamento”, afirma.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) identificou e encaminhou aos candidatos à presidência uma série de propostas para o fortalecimento da política industrial e de inovação. Entre as medidas estão o aumento de recursos financeiros destinados à Ciência, Tecnologia e Inovação, por meio do governo federal e entidades privadas, e a implementação de políticas de suporte ao desenvolvimento de pequenas e médias empresas inovadoras.

Ainda de acordo com o material, o país precisa avançar nas políticas públicas voltadas para inovação para ocupar um locus tecnológico relevante e condizente com sua posição na economia mundial. Hoje, o Brasil tem mantido níveis de investimento em P&D da ordem de 1,2% do PIB, o que o coloca em uma posição muito inferior, se comparado a países que são referência em inovação, como Coréia, Japão, Alemanha, Estados Unidos, França, China e Reino Unido.