logo paraiba total
logo paraiba total

Juntar dinheiro e sair do vermelho são metas dos brasileiros para 2019, diz pesquisa

2 de janeiro de 2019

O novo ano que se inicia traz boas perspectivas, com a
retomada dos níveis de confiança da economia. Com os resquícios da crise ainda
impactando a vida das pessoas, muitas pessoas vêm repensando a forma de lidar
com o orçamento familiar. É o que aponta uma pesquisa da Confederação Nacional
de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil),
ao investigar as expectativas e os projetos dos brasileiros para 2019. Os dados
mostram que as principais metas financeiras para este ano são juntar dinheiro (51%)
e sair do vermelho (37%).

O levantamento também revela que sete em cada dez
entrevistados (72%) estão otimistas com o cenário econômico de 2019 e 72%
acreditam que sua vida financeira será melhor. Apenas 8% acham que sua situação
vai piorar e 6% acreditam que ficará igual. Os que esperam enfrentar problemas
financeiros mencionaram como consequências comprar menos (55%), dificuldade em
manter as contas em dia (51%) e guardar dinheiro (50%), além de substituir
marcas que consomem por produtos mais baratos (23%).

Na avaliação do presidente da CNDL, José César da Costa, a
expectativa do mercado é de que o ambiente volte a ser favorável com definição
do quadro eleitoral. “À medida que o novo governo anuncia seus projetos para o
país, aumenta o clima de otimismo com a retomada da economia, que deve começar
a ser percebido a partir do segundo semestre”, observa.

58% acreditam que
reflexos da crise devem continuar impactando o dia a dia em 2019; para evitar
estes efeitos, 51% destes pretendem organizar orçamento

Para os que estão otimistas quanto às finanças pessoais este
ano, as perspectivas positivas são: manter os pagamentos das contas em dia
(69%), fazer reserva financeira (59%) e realizar algum sonho de consumo (57%).
Independentemente do que o novo ano reserva para a vida dos brasileiros, seis
em cada dez (58%) afirmam que os efeitos da crise (como desemprego e renda
baixa) ainda devem impactar seu dia a dia este ano. Já 26% não enxergam algum
tipo de reflexo no cotidiano.

Nesse contexto, muitos consumidores que esperam sentir os
reflexos da crise em 2019 pretendem tomar atitudes para evitar tais efeitos no
cotidiano, como organizar ou controlar mais as contas da casa (51%), pesquisar
mais os preços (50%), aumentar a renda com trabalho extra e bicos (44%) e
evitar o uso do cartão de crédito (44%).

Quanto aos principais temores para a vida financeira em
2019, destacam-se: não conseguir pagar as contas (61%), não guardar dinheiro
(45%), abrir mão de determinados confortos no dia a dia (34%), não obter um
emprego (28%) e perder o emprego (20%). “Apesar de os brasileiros continuarem
sentindo os efeitos da crise, a possiblidade de crescimento da economia impõe
novos desafios para o sucesso de projetos pessoais, que passará pela capacidade
do consumidor de controlar seu orçamento, planejar e poupar”, destaca o
presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.

82% dos consumidores
fizeram cortes no orçamento em 2018

Se 2019 começa com boas expectativas para a economia e para
a vida financeira dos brasileiros, o ano que passou não deixou somente boas
lembranças: para 40% dos entrevistados a economia piorou em 2018 se comparada a
2017. Em contrapartida, para 38% não piorou ou melhorou, enquanto 19% acreditam
que melhorou. Além disso, quatro em cada dez (40%) consumidores consideram que
a situação financeira pessoal permaneceu do mesmo jeito na comparação com 2017
e 34% disseram que piorou e 24% que melhorou.

A pesquisa mostra também que oito em cada dez (82%) dos
consumidores ouvidos tiveram de fazer cortes ou ajustes no orçamento em 2018,
principalmente em refeições fora de casa (52%), compra de itens e vestuário,
calçados e acessórios (49%), itens supérfluos de supermercado (47%) e viagens
(43%). Entre as experiências financeiras vivenciadas ano passado, 41% tiveram
de abrir mão de muitas coisas que consumiam, 34% conseguiram pagar as contas em
dia, 30% ficaram desempregados e 30% passaram muitos meses com as contas no
vermelho.

61% realizaram pelo
menos uma meta financeira traçada para 2018, enquanto a maioria não conseguiu
concretizar

O levantamento aponta ainda que 61% conseguiram colocar em
prática pelo menos um projeto que tinham para 2018. As principais metas
cumpridas foram: cuidar da saúde (22%), pagar dívidas atrasadas (15%), fazer
reserva financeira (15%), comprar ou reformar a casa (12%), fazer tratamento
odontológico (10%) e realizar uma grande viagem (9%).

Por outro lado, 94% não conseguiram concretizar algum
projeto que haviam planejado para o ano passado, principalmente juntar dinheiro
(33%), quitar contas atrasadas (25%) e adquirir ou reformar a casa (25%).
Apenas 6% garantem ter realizado todas as metas traçadas para 2018.
Questionados sobre os motivos que levaram a não concretizar seus planos, a
maioria (53%) justificou falta de dinheiro. Outros 50% disseram que os preços
altos foram um impeditivo e 33% mencionaram o desemprego. 

Metodologia

Foram entrevistadas 702 pessoas, entre 27 de novembro e 10
de dezembro de 2018, de ambos os sexos e acima de 18 anos, de todas as classes
sociais, em todas as regiões brasileiras. A margem de erro é de 3,7 pontos
percentuais para um intervalo de confiança a 95%.  Baixe a íntegra da pesquisa em
https://www.spcbrasil.org.br/pesquisas