logo paraiba total
logo paraiba total

Inadimplência cresce 2,42% em janeiro, aponta indicador CNDL/SPC Brasil

12 de fevereiro de 2019

O ano de 2019 começa com sinais de acomodação da inadimplência. Dados
apurados pelo Indicador de Inadimplência da Confederação Nacional
de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil)
apontam que mesmo com o crescimento do número de consumidores negativados na
comparação anual, o avanço foi menor em janeiro de 2019 ante os últimos
meses, alcançando 2,42%
.

Já o número de dívidas apresentou recuo de 0,29% no mesmo período, embora o
volume de pendências continue crescendo em dois setores específicos: o de bancos,
com avanço de 2%, e o de água e luz, com aumento expressivo de 14%
. Em
contrapartida, comércio e comunicação registraram queda de 7%.

O presidente da CNDL, José Cesar da Costa, destaca que
apesar do avanço da quantidade de devedores, o número médio de dívidas vem
caindo. “O problema da inadimplência, que cresceu muito nos anos mais recentes,
ainda está longe de resolvido. Mas já se observa uma tendência de acomodação,
que pode ser um prenúncio de melhora na capacidade de pagamento das famílias”,
explica. “Este cenário só deve mudar quando a retomada da economia for
percebida de fato pelos consumidores, ou seja, com a criação de novos empregos
e o aumento renda”, observa Costa.
Depois de alcançar níveis recordes, estima-se que o
país tenha fechado o mês de janeiro com aproximadamente 62,08 milhões de brasileiros negativados, o que representa
40% da população acima dos 18 anos. No Sudeste, região que abriga a maior fatia
da população, o número de negativados chegou a 26,5 milhões ou 40% da população
adulta local. O contingente também é grande no Nordeste, com 16,7 milhões de inadimplentes
ou 41% da população adulta. No Sul são 8,3 milhões de consumidores com CFP
restrito ou 36% da população — a menor entre as regiões. Já no Centro-Oeste, o
volume de negativados é de 5 milhões. No Norte, os negativados somam 5,6
milhões, sendo a maior proporção adulta local, com 46%.

Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela
Kawauti, o consumidor, que agora começa a livrar-se de dívidas atrasadas, deve
cuidar para não voltar à inadimplência. “Não é baixo o número de consumidores que,
depois de sair do cadastro de negativados, acaba retornando. Isso ocorre
porque, em muitos casos, a inadimplência tem origem no mau uso do crédito e da
falta de controle das próprias finanças. Nesses casos, é fundamental que haja
disciplina para fazer a gestão dos ganhos e dos gastos, além de se reconhecer
os limites do próprio orçamento”, orienta a economista.

Mais da metade dos consumidores entre 30 e 39 anos está
inadimplente, somando 17,6 milhões

Quanto à estimativa por faixa etária, a maior frequência de
negativados continua entre os que têm idade de 30 e 39 anos. Em janeiro, mais da metade da
população nesta faixa etária (51%) estava com o nome inscrito em alguma lista
de devedores
, somando um total
de 17,6 milhões.

Outro destaque é a proporção significativa de inadimplentes
com idade de 25 e 29 anos (44%), da mesma forma que acontece na população
idosa, considerando-se a faixa etária entre 65 a 84 anos, em que a proporção é
de 33%. Já entre os mais jovens, com idade de 18 a 24 anos, a proporção cai
para 17%.

Metodologia

O indicador de inadimplência do consumidor sumariza todas as
informações disponíveis nas bases de dados às quais o SPC Brasil (Serviço de
Proteção ao Crédito) e a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas)
têm acesso. As informações disponíveis referem-se a capitais e interior das 27
unidades da federação. A estimativa do número de inadimplentes apresenta erro
aproximado de 4 p.p., a um intervalo de confiança de 95%.