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Ricardo Boechat, jornalista, morre aos 66 anos em queda de helicóptero em SP

12 de fevereiro de 2019

O jornalista, apresentador e
radialista Ricardo Eugênio Boechat morreu no início da tarde desta
segunda-feira (11), aos 66 anos, em São Paulo. Ele estava em um helicóptero que caiu na
Rodovia Anhanguera e bateu na parte dianteira de um caminhão que transitava
pela via. O piloto Ronaldo Quattrucci também morreu no acidente.

Boechat era apresentador do Jornal da
Band e da rádio BandNews FM e colunista da revista “IstoÉ”. Ao longo
de 49 anos de carreira, que iniciou no começo da década de 1970, escreveu em
jornais como “Diário de Notícias”, onde começou, “O Globo”,
“Jornal do Brasil”, “O Estado de S. Paulo” e “O
Dia”.

De 1990 a 2001, fez parte da equipe do
“Bom Dia Brasil”, na TV Globo, com uma coluna diária marcada pelo
humor ácido e pela irreverência. Na emissora, também esteve no “Jornal da
Globo”. Foi ainda diretor de jornalismo da Band e teve passagem pelo SBT. Boechat ganhou três vezes o Prêmio Esso,
um dos principais do jornalismo brasileiro
.

A morte do jornalista causou comoção entre políticos, personalidades e
jornalistas.
Na manhã desta segunda, Boechat deu uma palestra a
representantes da indústria farmacêutica em Campinas, no interior do estado.
Ele retornava a São Paulo, por volta das 12h, e deveria pousar no heliponto da
Band, no Morumbi, Zona Sul da capital paulista.

Perfil

Filho do
diplomata, Dalton Boechat, que foi assessor da Petrobras, Ricardo Eugênio
Boechat nasceu em 13 de julho de 1952, em Buenos Aires, na Argentina. O pai
estava a serviço do Ministério das Relações Exteriores na Argentina.

Boechat
era recordista de vitórias no Prêmio Comunique-se – e o único a ganhar em três
categorias diferentes (Âncora de Rádio, Colunista de Notícia e Âncora de TV). Em
pesquisa do site Jornalistas & Cia em 2014, que listou cem profissionais do
setor, Boechat foi eleito o jornalista mais admirado.

Em 1998, Boechat lançou ainda o livro
“Copacabana Palace – Um hotel e sua história” (DBA) – aos 17 anos de
idade, havia sido assessor de imprensa do hotel.

Começo de carreira

Boechat começou a trabalhar assim que
deixou a escola, na virada de 1969 para 1970, após um período de militância em
que fez parte do quadro de base do Partido Comunista em Niterói (RJ).

O pai de uma amiga, diretor comercial
do “Diário de Notícias”, foi quem o convidou.

“Note que eu mal batia à máquina,
não tinha noção de rigorosamente nada. Tinha morado a vida inteira em Niterói.
O Rio de Janeiro para mim era o exterior”, comentou ao site Memória Globo (leia o depoimento completo).

Um de seus primeiros textos foi uma
nota exclusiva sobre Pelé, que lhe garantiu mais espaço no jornal.

Depois, Boechat passou a escrever na
coluna de Ibrahim Sued (1924-1995), no mesmo “Diário de Notícias”.
Ele considerava o período de 14 anos em que trabalhou com Sued como decisivo
para sua formação como repórter. “Eu pude ter uma escola na qual a
doutrina era procurar informações, e por trás de mim o primeiro e maior dos
pitbulls que eu já conheci, que era ele, rosnando no meu ouvido 24 horas por
dia”.

A colaboração acabou em 1983. Boechat entrou, então, na equipe de “O Globo”, para
fazer parte da coluna do “Swann”, que passou a chefiar em 1985.

Em 1986 e 1988, esteve na sucursal
carioca do jornal “O Estado de S. Paulo”, com uma interrupção de seis
meses em 1987, quando assumiu a Secretaria de Comunicação do Estado, no Rio de
Janeiro, a convite de Moreira Franco, então governador.

Também passou rapidamente pelo
“Jornal do Brasil”.

Finalmente, voltou para “O
Globo”, na mesma “Coluna do Swann”, onde permaneceu, com breves
interrupções, até 1997. No mesmo ano, ganhou uma coluna que passou a assinar
com o próprio nome.