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Primeiro módulo do curso Negócios Criativos e Colaborativos tem início em João Pessoa

11 de março de 2019

Empreendedores, profissionais criativos e secretários municipais que atuam na Paraíba puderam aprender mais sobre economia criativa com o primeiro módulo do curso Negócios Criativos e Colaborativos. A capacitação, que tem um total de quatro módulos, cada um com cinco horas de duração, teve início nesta segunda-feira (11), no Centro de Educação Empreendedora do Sebrae Paraíba. O curso é ofertado pela primeira vez aos empreendedores paraibanos.

O primeiro módulo do curso abordou a temática “Entendendo a economia criativa”, ministrada pela dirigente do Observatório de Governança Municipal e Políticas Públicas do Instituto de Planejamento de Fortaleza (IPLANFOR), Cláudia Leitão. Para ela, a economia criativa sempre existiu, mas tem ganhado mais força porque o conhecimento e a tecnologia permitem que diversos produtos e serviços utilizem novas formas para ampliar a atuação, tais como tradições, produção intelectual e de saberes desenvolvidos por grupos e comunidades.

Além disso, conforme a dirigente, a economia criativa pode ser uma alternativa às sociedades que ainda não têm o desenvolvimento tradicional completo, podendo pular esta etapa e passar diretamente a um tipo de sociedade pós-industrial, na qual uma ideia pode virar um grande negócio – aliando a tudo isso sustentabilidade e inovação. “No entanto, é preciso ter condições para que a economia criativa realmente tenha externalidade em vários negócios. A indústria da confecção pode ter maior valor agregado unindo-se à moda, assim como a indústria da movelaria pode ganhar ao se juntar à criatividade do design. Se queremos que esses negócios cresçam, porque eles já existem, temos de acabar o isolamento e começar a investir em redes e hubs”, destaca.

Outro desafio elencado por Cláudia Leitão é a falta de políticas públicas, sejam locais ou nacionais, direcionadas ao fortalecimento da economia criativa. “Não temos observatórios nos estados, por exemplo, e desconhecemos o PIB da economia criativa. Precisamos saber quanto custa a economia do Carnaval ou do São João para produzir políticas públicas e apoiar os elos faltantes. Também é preciso pesquisa, crédito, capacitação e leis para desentravar o setor. Por outro lado, temos talentos regionais e possibilidades de expansão, inclusive com exportação, mas nem só de criatividade se vive. É preciso expertise e gestão, criar marcas, desejos, experiências, aproveitar narrativas e beber da diversidade cultural que é o Brasil”, frisa.

Empreendedores aprovam curso

A empresária Maria Julia, do Engenho Triunfo, afirma que o curso é importante no sentido não apenas de despertar para a importância da economia criativa, mas de reciclar conhecimentos e estimular novas ideias. “O Sebrae sempre faz o melhor na área de capacitação, então, esse curso veio também como um pedido dos empreendedores que entendem que a criatividade é algo que se deve estar sempre estimulando. Com o primeiro módulo, pensei bastante sobre como levar a economia criativa ao meu território, que é Areia. Sempre tenho a ideia de que é importante trazer inovações para o território, para todos, não somente para o meu negócio. Assim, pensei na Casa José Rufino, que é a primeira senzala urbana do Nordeste, num local que pode ser utilizado também para exposição, a exemplo de peças de tricô, tricô artístico e bordados”, avalia.

A design gráfica Gabriela Maroja, que também trabalha com moda e educação, lembra que a economia criativa é essencial para a valorização da comunidade como um todo. “A economia criativa movimenta a sociedade e os saberes, principalmente porque muitos empregos tradicionais já vão deixar de existir em pouco tempo, então ela vem como uma alternativa a isso. Novas profissões estão chegando, mesmo ainda não regulamentadas, mas que trazem o respiro da propriedade intelectual, que o brasileiro tem muito, embora com pouco incentivo. É preciso unir tudo isso”, diz.

A gestora de economia criativa e turismo do Sebrae Paraíba, Regina Amorim, destaca o sucesso e interesse dos empreendedores em participarem do curso. “A instrutora aguçou o senso crítico e fez um link com a realidade, o que é exatamente o que precisamos para sair daqui pensando fora da caixa e unindo essa rede que vai fazer a diferença aqui na Paraíba para projetos inovadores e criativos. Estamos muito animados e com a sensação que valeu a pena e de que já estava na hora de o curso acontecer, pois ele permeia todo e qualquer segmento econômico existente, não só aqui no estado, mas em todo o mundo”, afirma.

O segundo módulo do curso Negócios Colaborativos e Criativos será ministrado na próxima segunda-feira (18), das 8h30 às 13h30, com o tema “Gestão Criativa do seu Negócio”, com a instrutora Germana Uchôa, no Centro de Educação Empreendedora do Sebrae Paraíba, em João Pessoa.