Perdas crescem e já representam 1,8% do faturamento dos supermercados
15 de agosto de 2019
As perdas dos supermercados brasileiros somaram R$ 6,7 bilhões em 2018, o que corresponde a 1,89% do faturamento bruto do setor, de acordo com a 19ª Avaliação de Perdas no Varejo Brasileiro de Supermercados, realizada pelo Departamento de Economia e Pesquisa da ABRAS. O resultado representa um crescimento de 0,7 ponto percentual em relação ao índice de 2017.
Dentre as principais causas de perdas citadas pelos entrevistados estão:
- quebra operacional, 40%
- furto externo, 20%
- erro de inventário, 13%
- furto interno, 7%.
As seções que lideram os índices de perdas (por faturamento bruto) são:
- FLV (frutas, legumes e verduras), 5,54%
- Rotisserie/Comidas Prontas, 5,52%
- Padaria e Confeitaria, 4,12%
- Peixaria, 4,04%.
Os itens que mais sofreram perdas em valor e quantidade no ano passado foram:
- refrigerantes
- cervejas
- cortes bovinos (exceto picanha)
- pilhas e baterias
- chocolates em barra e tabletes
- queijos, desodorantes
- azeites
- sabão em pó.
“As perdas e o desperdício estão entre os maiores desafios do setor supermercadista e, somente com o trabalho em conjunto com as redes é que poderemos buscar soluções mais eficazes para mudar esse quadro. A ABRAS atua com afinco, por meio do nosso Comitê de Prevenção de Perdas e Desperdícios de Alimentos para identificar os problemas em comum e desenvolver as melhores estratégias para evitar prejuízos. É muito importante entender que a prevenção não é gasto, e sim, investimento”, destaca o presidente da ABRAS, João Sanzovo Neto.
Perecíveis e não perecíveis
Dentre os principais motivos citados pelos entrevistados sobre as perdas identificadas nos perecíveis estão: validade vencida, 36,92%, e impróprio para venda, 30,03%; e nos não perecíveis: validade vencida, 39,87%, e produtos avariados, 25,68%.
Prevenção
Do total de respondentes da pesquisa, 66% possui área de prevenção de perdas na empresa, ante 68% no ano anterior, um decréscimo de 0,2 ponto percentual em relação a 2017. Dentre os principais motivos citados pelos supermercadistas que não possuem a área de prevenção de perdas nas lojas estão o alto custo e a falta de retorno do investimento.
Na avaliação também foram identificados os recursos tecnológicos mais utilizados atualmente pelos empresários para prevenir as perdas nas lojas: CFTV (monitoramento por câmeras), coletor de dados para a realização de inventário e alarmes de acesso.
Em relação às principais atividades adotadas para a prevenção de perdas, citadas pelos supermercadistas, estão: definição das metas de perdas e controle de planos de ações, treinamento para colaboradores, e processos mais cuidadosos no recrutamento e seleção.
Respondentes
A 19ª Avaliação de Perdas no Varejo Brasileiro de Supermercados foi realizada com base nas informações de 236 redes supermercadistas participantes, que somam 3.532 lojas no país. Essas redes faturaram R$ 46,3 bilhões em 2018, o que representa 13% do faturamento total do setor supermercadista.
Setor
O setor de supermercados registrou faturamento de R$ 355,7 bilhões em 2018, chegando a 5,2% do Produto Interno Bruto (PIB). O setor encerrou o ano passado com 89,6 mil lojas e 1,853 milhão de funcionários diretos ante 1,822 milhão registrado em 2017, criando 30,7 mil novas vagas de empregos no País.