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Algodão agroecológico é aposta de sustentabilidade e geração de renda

17 de setembro de 2019

Presente pela primeira vez no Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social, a premiação especial Gestão Comunitária e Algodão Agroecológico busca identificar modelos de gestão e governança de organizações e comunidades na produção do algodão agroecológico. Neste ano, as três finalistas desta modalidade são dos estados do Rio Grande do Sul, Ceará e Paraíba, e  compartilham objetivos comuns como a forma sustentável de produzir o algodão sem degradar o meio ambiente e preservando os recursos naturais; o plantio consorciado com outras produções, e a preocupação com a melhoria da renda e qualidade de vida de seus associados e cooperados.

A Associação de Desenvolvimento Educacional e Cultural – Adec, da cidade Tauá (CE), concorre à  premiação final com a tecnologia social Algodão Agroecológico no Fortalecimento da Agricultura Familiar e Associativismo. O algodão produzido pelos 123 associados/as é ecologicamente correto, com certificação orgânica concedida pelo Instituto Biodinâmico Brasileiro – IBD. Nas comunidades pertencentes aos municípios cearenses de Tauá, Parambu, Independência e Boa Viagem, o plantio é feito em bases agroecológicas, sem a utilização de queimadas e agrotóxicos, alternado com o cultivo de milho, feijão e gergelim. 

A Adec também utiliza técnicas de conservação do solo (plantio em nível, valetas de retenção de água e adubação orgânica), faz plantios de árvores nativas ao longo das cercas, nas margens dos riachos e  açudes para recompor as matas ciliares e reflorestar a área.  Há ainda a preocupação com a disposição do lixo doméstico, cuidados com as margens e nascentes dos rios e utilização de sementes adequadas. “Vamos usar o reconhecimento do Prêmio de Tecnologia Social para trazer mais incentivo para a nossa iniciativa, com melhoramento da atividade e da produtividade”, disse José Rogaciano Siqueira de Oliveira, assessor da Adec.

A tecnologia social A trama do algodão que transforma, da Cooperativa Justa Trama, da cidade de Porto Alegre (RS), envolve todos os elos da cadeia produtiva do algodão agroecológico – desde o plantio à comercialização das roupas e acessórios. A entidade faz o tingimento das peças, por meio de pigmentos naturais e vegetais.  A cooperativa foi criada em 2005, motivada pela produção de bolsas para o Fórum Social Mundial, que aconteceu em Porto Alegre, dentre  44 empreendimentos da Economia Solidária. Naquele ano foi pensado e colocado em prática o plantio do algodão orgânico  e a produção das primeiras peças de roupas. “Ser finalista do Prêmio de Tecnologia Social nos deixa muito felizes e orgulhosos do trabalho desenvolvido por nossos 500 cooperados/as”, declarou Nelsa Inês Nespolo, responsável pela iniciativa. 

O Algodão Agroecológico Gerando Renda e Conhecimento no CurimataúParaibano, da Associação de Apoio a Políticas de Melhoria da Qualidade de Vida, Meio Ambiente e Verticalização da Produção Familiar é a finalista do município de Remígio (PB).  Seus associados/as iniciaram o manejo do algodão agroecológico em 2006 e hoje possuem certificação orgânicos. Em 2013 criaram o Organismo Participativo de Aceitação e Conformidade (Opac), denominado Rede Borborema de Agroecologia, entidade responsável por certificar a produção dos 34 agricultores/as e comercializar os produtos da lavoura a comercialização. Atualmente a rede possui cinco grupos de produção em assentamentos dos municípios paraibanos – Remígio, Prata e Amparo-.  “Estamos na expectativa pelo prêmio. A nossa ideia é investir na rede e dar a ela condições de fazer o acompanhamento e assessoria com material adequado e oferecer capacitação às famílias” declarou a técnica de campo, Robevânia da Silva Almeida.

Para o instituto C&A, esta parceria com a Fundação Banco do Brasil reforça a importância do reconhecimento de iniciativas de bases comunitárias vinculadas ao fortalecimento da agricultura familiar. Além de fomentar a produção do algodão agroecológico consorciado com outras culturas, esta categoria mapeia boas práticas baseadas no protagonismo local. O olhar integrado da cadeia produtiva, que começa com a produção sustentável do algodão, permite que a moda seja, cada dia mais, uma força para bem”, reforça Luciana Pereira, gerente do programa Algodão Sustentável liderado pelo Instituto C&A.

As tecnologias vencedoras em todas as categorias e premiações especiais serão conhecidas no dia 23  de outubro.  Além da premiação especial destinada para iniciativas de Gestão Comunitária e Algodão Agroecológico, outras quatro categorias nacionais também concorrem nesta edição: Cidades Sustentáveis e/ou Inovação Digital; Educação”; “Geração de Renda e Meio Ambiente, e outras duas categorias especiais: Mulheres na Agroecologia e Primeira Infância.  As vencedoras irão dividir R$ 700 mil reais em premiações. Além disso, há também a categoria Internacional, destinada a iniciativas da América Latina e do Caribe. Todas as instituições finalistas receberão um troféu e um vídeo retratando sua iniciativa.

Realizado a cada dois anos, o Prêmio Fundação BB de Tecnologia Social reconhece e certifica soluções como boas práticas que podem ser reaplicadas em todas as localidades do país. Os parceiros da Fundação BB no Prêmio de 2019 são: o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Instituto C&A, Ativos S/A e BB Tecnologia e Serviços, com a cooperação da Unesco no Brasil e apoio da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Ministério da Cidadania e Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).