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Painel com homens e mulheres comemora o dia do empreendedorismo feminino

20 de novembro de 2019

Com um público de 45 pessoas, incluindo empreendedoras, empreendedores e mentoradas da Be.labs, startup aceleradora de empresa com líderes femininas, foi promovido na noite de terça-feira (19) um evento reflexivo sobre o papel de homens e mulheres na transformação da sociedade sob o viés do empreendedorismo feminino. A data, extremamente simbólica, exaltou o 19 de novembro, dia em que é comemorado mundialmente o Dia do Empreendedorismo Feminino. 

O evento contou com um painel que destacou a participação de homens e mulheres no avanço da trajetória empreendedora delas. O painel contou com o debate com os co-fundadores da aceleradora, Marcela e Christian Fuijy, da jornalista Dalu Melo, e seu marido, o músico Johny Medeiros. Mediados pela jornalista Andreia Barros, os casais conversaram sobre a relação de parceria que eles têm entre si, destacando que os afazeres domésticos e os cuidados com os filhos não são funções exclusivas da mulher. Marcela comentou que morar fora do Brasil foi uma experiência que mudou até mesmo a relação do casal. “Passamos 12 anos morando na Suécia, um dos países mais igualitários do mundo e que tem uma cultura muito participativa. Lá eles não têm empregadas domésticas, então eu e Christian dividíamos tudo, inclusive quando as crianças nasceram essa participação já foi muito natural”. Dalu Melo completou: “Sobre o equilíbrio dentro de casa, onde os maridos não “ajudam as esposas”, mas se ajudam mutuamente com as tarefas, a gente é muito claro. Se hoje eu trabalho fora de casa, ele fica com nossa filha. Existe esse apoio mútuo para ambos tocarem a vida, com sintonia e sem cobrança”, comentou Dalu Melo. 

Também foi ressaltado o papel fundamental da educação dos meninos desde pequenos, para que no futuro eles não tenham que passar pelo processo de desconstrução do machismo de forma sofrida. Jhonny falou ainda sobre as brincadeiras que acontecem em seu ciclo de amizade por ele e Dalu terem essa relação de parceria. “Minha mãe me educou com valores muito sólidos. Lido muito bem com isso, pois sei que são os valores deles e tenho os meus valores muito claros. Cresci em um ambiente que ter essa parceria e a mulher como gestora da casa era muito natural”, acrescentou. 

De fato, o primeiro passo para a mudança é admitir que o machismo existe e falar sobre esse assunto. Christian contou sobre as chefes que ele já teve durante sua carreira. “Eu percebia de forma clara essa batalha feminina. O que aquelas mulheres tinham que fazer para estar naquela posição de liderança, nenhum homem teria que ter feito. O processo para os homens é muito mais tranquilo”, admite. 

Segundo momento – O evento contou com a participação de Maria Clara Magalhães, co-fundadora da Be.Labs, que contou sobre o processo de criação da aceleradora, explicando desde o mindset sueco da startup – uma vez que a Suécia é o país referência em igualdade de gênero – até os preceitos da Be.labs: “Boa fé, respeito e confiança são o norte da Be.labs. A história das mulheres que me inspiram dão sentido a minha própria história. E cada uma é um instrumento. Germinem, floresçam e sejam a maior floresta que vocês possam ser”, celebrou Clara. 

Duas aceleradas da Be.labs também deram sua contribuição e falaram sobre o que a aceleradora impactou na vida delas. A primeira, Duda Carvalho, engenheira civil e uma das primeiras alunas da aceleradora, contou um pouco sobre a história do seu projeto. Disse que antes de realizar o processo, não tinha clareza sobre que empreendimento iria iniciar, mas sabia que não estava satisfeita como engenheira e que era muito apaixonada por sua cidade natal, Recife. Após o curso, Duda uniu suas paixões e transformou em passeios culturais não-turísticos, que promovem roteiros inspirados em poesias de artistas pernambucanos. “Vi que podia trabalhar com o que amava, e é quando as coisas são mais certo, quando a gente começa a acreditar”, finalizou Duda. Já Mayara Costa, que vivia dentro do mundo empreendedor, desde pequena gostava de vendas e fez parte da empresa júnior de Relações Internacionais. Tinha o desejo de unir impacto social e internacionalização, com foco em comércio justo e empreendimento feminino. “Junto com as meninas da Be.labs, analisando as necessidades de mercado, elas puxaram a parte de captar recursos que iriam para outros negócios alinhados com a agenda de 2030”, ressaltou. Após a mentoria, ela criou “Te oriente”, que investe em educação empreendedora e capta negócios, não somente femininos, mas que tenham o propósito alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.