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Fest Aruanda consagra o cinema paraibano e coroa a sétima arte como polo de resistência

5 de dezembro de 2019

A produção cinematográfica da Paraíba foi a grande vencedora do 14º Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro, com prêmios de melhor longa para “Desvio”, de Arthur Lins, e de melhor curta-metragem para “Quitéria”, de Tiago A. Neves. Os dois filmes foram os ganhadores das mostras mais concorridas do festival: a Mostra Nacional Competitiva de Curtas e Longas-metragens e a Mostra Sob o Céu Nordestino, respectivamente. Além dos dois principais prêmios, a Paraíba levou outros 19, com obras diversas e em diferentes categorias – o que mostra que a “primavera do cinema paraibano” continua dando flores. A premiação aconteceu na noite dessa quinta-feira (4), em solenidade no Cinépolis Manaíra Shopping.

“Desvio” levou ainda os prêmios de melhor direção, melhor ator, melhor roteiro, melhor direção de arte, melhor trilha sonora e Prêmio do Júri Popular. Já “Quitéria”, além do prêmio principal, levou o de melhor atriz. Outros filmes paraibanos com mais de um prêmio foram o curta de ficção “Faixa de Gaza”, de Lúcio César Fernandes, que ganhou melhor direção, som, ator e Prêmio Júri Abraccine de melhor curta; o documentário “Brasil, Cuba”, de Bertrand Lira, com dois prêmios de fotografia (pela mostra Sob o Céu Nordestino e pela Mostra Nacional Competitiva de Curtas-metragens); e o longa documental “Jackson – Na batida do pandeiro”, de Marcus Vilar e Cacá Teixeira, que ganhou melhor personagem masculino e o Prêmio Especial do Júri.

Prêmios importantes do festival também foram concedidos a “Soldados da borracha”, de Wolney Oliveira, que foi o melhor longa da mostra Sob o Céu Nordestino e do Júri Popular, além de receber prêmios de som, trilha sonora e montagem; “Currais”, de David Aguiar e Sabina Colares, com prêmios de direção, fotografia, direção de arte e atriz (a paraibana Zezita Matos); “Indianara”, de Aude Chevalier-Beaumel e Marcelo Barbosa, que recebeu o Prêmio Júri Abraccine de melhor longa, melhor figurino e Menção Honrosa a Indianare Siqueira; o curta “Apenas o que você precisa saber de mim”, de Maria Augusta Nunes, com melhor direção, figurino, atriz e melhor curta da Mostra Competitiva Nacional de Curtas e Longas-metragens; e “Pacificado”, com fotografia, ator, atriz e Menção Honrosa à atriz Lea Garcia.

Resistir – A solenidade de encerramento do Fest Aruanda contou com agradecimentos por parte de Mônica Nóbrega, diretora do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA-UFPB), que falou da alegria e do orgulho da universidade pela parceria com o festival, e de Ricardo Charbel, diretor da Energisa na Paraíba (patrocinadora master do evento). “Além de democratizar o acesso ao cinema, devemos democratizar a sua produção”, disse.

O diretor de mídia impressa da Empresa Paraibana de Comunicação (EPC), William Costa, ao lançar a plaquete “Linduarte Noronha, ícone da radiofonia paraibana”, reverberou o sentimento geral do evento: “O Fest Aruanda é um marco de resistência, não só do cinema, mas da cultura brasileira.” A mesma indignação diante do tratamento que a arte tem recebido por parte do Governo Federal estava em uma nota de repúdio da organização do Fest Aruanda contra o desmantelamento da Ancine e a asfixia do setor cultural.

Homenagens e contracultura – A noite de encerramento do festival também contou com duas homenagens: uma a Mônica Botelho, idealizadora e diretora-geral do Cineport – que não estava presente no evento, mas recebeu o Troféu Aruanda de Contribuição à Produção Cultural na Paraíba pelas mãos da filha, Clara Botelho – e outra ao mestre Sivuca (in memoriam), pela Criação de Trilhas Sonoras para Filmes Brasileiros – Glorinha Gadelha, sua viúva, recebeu o troféu. “A música dava sentido à vida de Sivuca, um homem de espírito plural e de grande dimensão humana”, disse ela.

Por fim, antes da solenidade de premiação, foi exibido o filme de encerramento do festival: “O Barato de Iacanga” (2019), um documentário de Thiago Mattar (SP) sobre o mais lendário festival ao ar livre da música brasileira: o Festival de Águas Claras, que fez sucesso entre as décadas de 1970 e 1980 e ficou conhecido como o “Woodstock do Brasil”. O longa, que une entrevistas com artistas e fundadores do evento a imagens de shows históricos e seus bastidores, relembra a trajetória que tornou o festival um símbolo da contracultura no país.

Vencedores

Mostra Competitiva Nacional de Curtas e Longas-metragens – júri formado pelo jornalista e escritor Fernando Morais, o ator Marco Ricca e a atriz Suzy Lopes.

Curtas:

  • Som – Felipe Grytz, por “Gravidade”
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  • Edição – Daniel Kfouri e Diógenes Moura, por “Um”
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  • Figurino – “Apenas o que você precisa saber de mim”
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  • Roteiro – Kennel Rogis e Adrianderson Barbosa, por “O grande amor de um lobo”
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  • Fotografia – Arturo de la Garza, por “Brasil, Cuba”
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  • Direção de arte – Daniel Kfouri, por “Um”
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  • Trilha sonora – “Nadir”
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  • Atriz – Alice Doro, por “Apenas o que você precisa saber de mim”
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  • Ator – Jean Claude Bernardet
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  • Direção – Maria Augusta Nunes, por “Apenas o que você precisa saber de mim”
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  • Melhor curta júri popular – “O grande amor de um lobo”, de  Kennel Rogis e Adrianderson Barbosa
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  • Melhor curta – “Apenas o que você precisa saber de mim”
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    Longas:

    • Som – Vasco Pimentel, por “Partida”, de Caco Ciocler
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    • Edição – Tiago Marinho, por “Partida”, de Caco Ciocler
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    • Figurino – “Indianara”
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    • Roteiro – Arthur Lins, por “Desvio”
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    • Fotografia – Laura Merians, por “Pacificado”, de Paxton Winters
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    • Direção de arte – Shiko, por “Desvio”
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    • Trilha sonora – Vitor Colares, por “Desvio”
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    • Melhor atriz ou personagem retratada – Georgette Fadel, por “Partida”, e Débora Nascimento, por “Pacificado”
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    • Menção Honrosa – Lea Garcia, por “Pacificado”
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    • Ator – Daniel Porpino, por “Desvio”, e Bukassa Kabengele, por “Pacificado”
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    • Direção – Arthur Lins, por “Desvio”
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    • Melhor longa Júri Popular – “Desvio”, de Arthur Lins
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    • Melhor longa – “Desvio”, de Arthur Lins
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    • Prêmio Especial do Júri – “Partida”, de Caco Ciocler
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    • Menções Honrosas – “Barretão”, de Marcelo Santiago, e Indianare Siqueira
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      Mostra Sob o Céu Nordestino – júri formado pelos cineastas Emília Silveira e João Batista de Andrade e pelo professor universitário Fernando Trevas.

      Curtas:

      • Som – Diogo Rocha, por “Faixa de Gaza”
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      • Montagem – Kennel Rogis, por “O grande amor de um lobo”
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      • Roteiro (dois prêmios) – Ana Dinniz, por “Fim”, e Mailsa Passos, Rita Ribes e Virgínia Oliveira, por “Costureiras”
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      • Fotografia – Arturo De la Garza, por “Brasil, Cuba”
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      • Ator ou Personagem Masculino – Paulo Phillipe, por “Faixa de Gaza”
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      • Atriz ou Personagem Feminino – Arly Arnaud, por “Quitéria”
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      • Direção – Lúcio César Fernandes, por “Faixa de Gaza”
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      • Melhor curta – “Quitéria”, de Tiago Neves
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      • Melhor curta pelo júri popular – “O grande amor de um lobo”, de Kennel Rógis e Adrianderson Barbosa
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        Longas:

        • Som – José Loureiro, Fernando Cavalcante e Lênio Oliveira, por “Soldados da borracha”
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        • Montagem – Mair Tavares e Leyda Nápoles, por “Soldados da b orracha”
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        • Roteiro – Vânia Perazzo Barbosa Hlebarova, por “O que os olhos não veem”
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        • Fotografia – Petrus Cariry, por “Currais”
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        • Direção de Arte – Carolinne Vieira, Sabina Colares e Thaís de Campos, por “Currais”
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        • Trilha Sonora – DJ Dolores, por “Soldados da Borracha”
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        • Atriz ou Personagem Feminino – Zezita Mattos, por “Currais”
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        • Ator ou Personagem Masculino – Jackson do Pandeiro, por “Jackson, na Batida do Pandeiro”
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        • Direção – Sabina Collares e David Aguiar, por”Currais”
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        • Melhor longa – “Soldados da borracha”, de Wolney Oliveira
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        • Melhor longa Júri popular – “Soldados da borracha”, de Wolney Oliveira
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        • Prêmio Especial do Júri –  “Jackson – Na batida do pandeiro”, de Marcus Vilar e Cacá Teixeira
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          Prêmio Júri Abraccine – júri da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) foi composto por Luiza Lusvarghi, Flávia Mayer e João Batista de Brito.

          • Melhor Curta – “Faixa de Gaza”, Lúcio César Fernandes
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          • Melhor Longa-metragem – “Indianara”, de Aude Chevalier-Beaumel e Marcelo Barbosa
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