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Empreendedorismo feminino: os riscos e as oportunidades para as empresárias durante o período de quarentena

9 de abril de 2020

Fortalecer relacionamentos e tentar se manter relevante para os seus clientes, mesmo que a distância. Essa deve ser uma das prioridades para os empreendedores, especialmente os de pequenos negócios, neste momento de crise e de necessidade de isolamento social provocados pela pandemia do coronavírus. É o que sugere a publicitária Patrícia Travassos, que participou, essa semana, de uma das diversas transmissões ao vivo que o Sebrae Paraíba está realizando em suas redes sociais, com o objetivo de fornecer informações e auxiliar os empreendedores a enfrentarem esse momento de crises e mudanças.

Colunista do canal GloboNews e sócia de uma agência de produção de conteúdo, Patrícia também estuda, há 10 anos, o empreendedorismo feminino. Ao abordar, durante a transmissão ao vivo, o tema “Riscos e oportunidades para empreendedoras em quarentena”, ela falou sobre algumas particularidades e características desse universo.

“Independentemente da pandemia e desse momento que estamos vivendo, há uma caraterística bem interessante de nós percebermos nos negócios liderados por mulheres: muito mais que o lucro no final do mês, eles querem causar algum impacto e possuem algum propósito maior, seja ambiental, social ou relacionado minimamente ao bem-estar das pessoas que trabalham para aquele negócio”, explicou.

Ainda falando sobre essa particularidade, Patrícia destacou que “o risco, hoje, não é só das mulheres, mas para todo mundo, de nós perdermos esses tipos de negócios mais responsáveis, que pensam além do próprio lucro, do serviço ou produto que oferecem e que querem impactar de alguma forma e deixar um legado”.

Outro ponto destacado pela publicitária foi a importância da tecnologia. “O que eu percebi é que a tecnologia pode ser a grande aliada do empreendedorismo feminino, se nós soubermos fazer um bom uso dela. Nós não precisamos ser técnicas, engenheiras de computação ou algo assim para poder usar a tecnologia da melhor maneira possível”, afirmou.

Sobre a crise provocada pela pandemia, Patrícia Travassos enfatizou a necessidade, não apenas das mulheres, mas de todos os empreendedores, de utilizar a criatividade para manter, minimamente, o relacionamento com os clientes.

“É hora de todo mundo começar a fortalecer as relações com fornecedores, clientes, com o dono do local que você aluga, por exemplo, e de fato começar a negociar. Nesse momento em que as pessoas estão cada um em seus lugares, se preocupando com seus problemas, essas empreendedoras devem tentar se tornar relevantes, não tentando vender exatamente o que elas vendiam, mas dando dicas, mostrando que se preocupam com o cliente”, explicou Travassos, ao destacar que o momento também pede aos empreendedores equilíbrio emocional, evitar o endividamento desnecessário, buscar parcerias e utilizar diferentes formas de se conectar aos clientes, vislumbrando a crise, também, como uma oportunidade de se reinventar e buscar novas oportunidades.

Por sua vez, a analista técnica do Sebrae Paraíba, Renata Câmara, pontuou a importância do empresário se colocar, também, no papel de ouvinte, buscando entender os sinais e os comportamentos dos consumidores nesse momento de crise.

“Os empreendedores que já tinham minimamente um relacionamento digital devem intensificá-lo, procurando colocar conteúdos não apenas sobre vendas, mas também informações que demonstrem a preocupação com o bem-estar do cliente. Já aqueles empresários que possuem loja física e não estão habituados com o ambiente digital, a primeira coisa que eles têm que pensar é que os clientes não deixaram de existir porque ele fechou a porta da loja. Como eles têm um base mínima de contato com essa carteira de clientes, é preciso ativar essa base, procurando desenvolver um relacionamento e ouvindo o que pode ser melhorado e o que o cliente espera desse empresário”, comentou a analista.