logo paraiba total
logo paraiba total

Entenda como uma ação internacional pode impactar o mercado de algodão orgânico da Paraíba

28 de maio de 2020

O algodão representa 65% dos insumos têxteis, o que caracteriza esta matéria-prima como estratégica para a indústria nacional. Apesar da sua importância para a Economia do país, diante de um debate global sobre sustentabilidade, é fato que a cultura do algodão tem trazido graves danos ao meio ambiente. O uso intenso de água e de pesticidas são alguns destes impactos que transformaram o algodão comum em um dos commodities mais poluentes do mundo.

O “Desafio do Algodão Sustentável de 2025”, surgiu como proposta alinhada com Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e do Acordo de Paris. O pacto conseguiu reunir 39 empresas transnacionais que se comprometeram a desenvolver produtos com algodão 100% sustentável.

No Brasil, menos de 1% da produção de algodão é de origem orgânica. Nesta pequena fatia, o algodão colorido natural da Paraíba tem ganhado protagonismo no mercado interno e externo. O algodão que nasce naturalmente colorido, é cultivado pela agricultura familiar sem irrigação e sem aditivos químicos.

A Santa Luzia Redes e Decoração, localizada em São Bento, sertão da Paraíba, desde 2006 tem cultivado o algodão colorido natural e orgânico para abastecer sua fábrica artigos têxteis para decoração. Com a demanda crescente, a empresa decidiu ampliar a produção agrária em 300% para atender tecelagens e outros parceiros na região Sul e Sudeste do país. De 20 hectares, já são 60 hectares com cultura em sistema de agricultura familiar que inclui assentamentos rurais e comunidades tradicionais como a quilombola. 

O sistema de agricultura familiar já alcança escala industrial — são em média 1.200 kg de algodão por hectare. A iniciativa da empresa privada que já é a maior produtora de algodão colorido do Estado tem apoio da Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária — Empaer, vinculada à Secretaria de Estado do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária — Embrapa e do Centro de Tecnologia Têxtil e Confecção do Senai Paraíba. 

De forma colaborativa, o programa de expansão do algodão na Paraíba está fortalecendo as comunidades agrícolas. Armando Dantas, CEO da Santa Luzia Redes e Decoracão faz parte de uma geração de líderes que se antecipa a uma nova realidade da indústria dando prioridade para a sustentabilidade e transparência. O desafio do algodão sustentável 2025 deve ajudar as grandes empresas a manterem o foco. Em breve, mesmo as pequenas empresas têxteis devem colocar o algodão sustentável no centro de seus negócios e a Santa Luzia será a alternativa por estar com a cadeia produtiva em plena capacidade de atendê-las.