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Na Semana Nacional do Controle da Asma, especialista orienta como cuidar da saúde para prevenir sintomas

23 de junho de 2020

A asma, uma doença pulmonar crônica, não tem cura, mas pode ser controlada ao seguir as recomendações médicas e as etapas do tratamento, que busca a melhora da qualidade de vida por meio do controle dos sintomas e da estabilização da função pulmonar. Com a missão de alertar a população sobre os cuidados para conviver com a doença e a importância do tratamento, no dia 21 de junho celebra-se o Dia Nacional do Combate à Asma.

Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do Ministério da Saúde e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 6,4 milhões de brasileiros acima de 18 anos sofrem com os efeitos da doença. De acordo com o pneumologista Sebastião Costa, médico cooperado da Unimed João Pessoa, a aceitação do paciente ao tratamento é fundamental. “As pessoas que têm asma persistente precisam colocar em prática toda recomendação do médico e seguir o tratamento corretamente todos os dias. A maior parte dos pacientes inicia a medicação e, quando  apresentam melhoras, pausam o tratamento* e os sintomas voltam. O sucesso tem a ver com a adesão do paciente. Apenas 9% têm a asma totalmente controlada, porque tem que seguir as orientações”, reforça.

O especialista afirma que 80% dos casos são alérgicos e associados ao ambiente doméstico. “Por isso, há a necessidade de aderir ao tratamento e manter cuidados, principalmente em casa”, afirma Sebastião. “No quarto, existem ácaros e fungos no travesseiro, na madeira, em guarda-roupa e ar-condicionado, além de ventiladores que levantam a poeira”, detalha o profissional, que alerta para a rinite alérgica associada. “A cada dez pessoas com asma, oito tem também rinite alérgica, o que torna imprescindível o cuidado com esses ambientes internos”, orienta.

De acordo com o pneumologista, há vários tipos de asma. “A persistente é a que está sempre aparecendo no dia-a-dia com sintomas como tosse, chiado no peito e cansaço característico, além de secreção clara e opressão torácica”, explica. “Já a asma intermitente acontece mais quando o paciente se expõe, que é o caso de fumaça de fogueiras e a poeira, por exemplo. Ainda há a tosse variante de asma, que ocorre com mais freqüência em crianças quando há esforço físico, mas sem sintomas de cansaço”, detalha Sebastião.

A chegada do inverno é o momento em que o asmático mais sofre no ano, conta o médico. “A variação da temperatura, luminosidade e a tendência das pessoas a ficarem mais dentro de casa, aumentam as crises. Além disso, na região nordeste, existe a tradição das fogueiras juninas, que prejudicam os asmáticos com a fumaça”, comenta. “O quarto de dormir é o refúgio dos alérgicos, sendo assim, é preciso ter cuidado redobrado com ácaros, fungos e a poeira doméstica”, alerta Sebastião, que também recomenda que as janelas sejam abertas para iluminar e arejar o quarto.

Tratamento eficaz – No caso da asma persistente, o tratamento é contínuo com uso de duas substâncias – um broncodilatador, para abrir os brônquios, e corticoide, que é anti-inflamatório. “A inflamação e o broncoespasmo são os dois fatos que determinam o cansaço. Ainda é feito um teste alérgico para identificar alergias e o IgE específico para tipos de ácaros que determina o diagnóstico”, explica. Ainda como parte do tratamento, o pneumologista recomenda fisioterapia respiratória e exercícios leves, como caminhadas.

Relação com a covid-19 – Um dos efeitos do novo coronavírus é um processo inflamatório no pulmão e broncoespasmo. De acordo com os órgãos de saúde, os asmáticos não estão incluídos nos grupos de risco, mas a orientação do especialista é evitar a exposição. “Metade das pessoas têm cansaço no pós-covid com esforço e, às vezes, sem esforço, devido ao resíduo da inflamação no broncoespasmo. *Em tempos de pandemia, quem tiver asma e puder, fique em casa”, recomenda.