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Antecipar planos e se alinhar às necessidades do consumidor são formas de sobreviver à crise

30 de julho de 2020

“A beleza da empresa de tecnologia é a velocidade com a qual se adapta à mudança.” Patrick Hruby, CEO da Movile, usou essa frase ao se referir às adaptações que foram necessárias para que as sete empresas do grupo, entre elas o iFood, passassem crise da pandemia.

O bate-papo mediado por PEGN ocorreu na quarta-feira (29) e fez parte da última live da série Aprenda com os Unicórnios, que abordou pontos como as tendências de mercado durante e após a pandemia, além do comportamento digital do consumidor. A série culmina na publicação da lista das 100 Startups to Watch.

Para o CEO da Movile, um dos maiores ensinamentos da pandemia, tanto para os consumidores quanto para as empresas, é o comportamento digital. Ele explicou que os processos de digitalização ao longos dos anos foram possibilitados pela proliferação dos  smartphones. No cenário atual, os canais digitais facilitaram o consumo de produtos. Segundo Hruby, essa tendência deve permanecer no pós-pandemia.

Ele ressaltou também o papel fundamental da inteligência artificial para entender melhor os gostos e as necessidades dos consumidores. Hruby chamou a atenção para o fato de que o mercado brasileiro está atrasado em relação à utilização da tecnologia, entendendo que o investimento para melhoria deve vir de empresas, do Governo e da sociedade civil como um todo. O CEO indica que o uso bem aplicado da inteligência artificial pode revolucionar os negócios, com impacto equivalente ao da chegada da internet.

Adaptar para sobreviver

Quando questionado sobre as adaptações feitas pela Movile no desenrolar da crise, Hruby indicou que a startup procurou congelar o caixa, bem como as contratações, além de reduzir – ou até mesmo cortar – todos os gastos possíveis.

Dentre as empresas geridas pela Movile está a Sympla, que atua no ramo de eventos e viu a receita cair a zero “de um dia para o outro”, diz o CEO. Para preservar os empregos, foi necessário que a Sympla se reestruturasse rapidamente e se adaptasse aos eventos online, que vêm tendo demanda crescente. Hoje, a Sympla atua no ramo dos drive-ins, que se popularizaram com a crise.

Hruby aconselhou que os empreendedores trabalhem em inovação ao longo dos tempos “normais” e antecipem planos do futuro. O CEO enxerga que sempre há espaço para novas oportunidades, ainda mais neste momento em que as necessidades do consumidor mudam muito. “O empreendedor é resiliente e deve saber se adaptar ao novo momento da melhor forma possível para atender o seu cliente”, completou.

Ele citou o caso de restaurantes que implementaram serviços de delivery para sobreviver aos impactos das medidas de isolamento social. Hruby diz que, na retomada, devem surgir dois novos negócios: a experiência de ir ao restaurante e a de ter o restaurante em casa por meio de entregas. 

Conselhos do Vale do Silício

Ao longo de sua carreira, Hruby passou por empresas como o Google e Facebook – quando ainda não eram gigantes do Vale do Silício. Da experiência que obteve, ele apontou que ter missão, propósitos e valores claros é essencial para que haja identificação de um potencial funcionário com a cultura organizacional.

Outra dica é que os empreendedores foquem em trazer diversidade para dentro do negócio desde o início. Segundo ele, pesquisas apontam que essas empresas têm mais chances de gerar melhores resultados. Por fim, disse que um dos caminhos para o sucesso é entender desde cedo o impacto do produto ou serviço na sociedade, bem como ter responsabilidade social e ambiental.