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Startup capta US$ 1,5 milhão para digitalizar compra de materiais de construção

6 de agosto de 2020

Por mais que imóveis continuem sendo feitos com argamassa e tijolos, as atividades que rodeiam cada prédio se tornam cada vez mais digitais. A pandemia só acelerou a necessidade de transformação no setor.

Boa parte dessa demanda é atendida por construtechs e proptechs de diversos portes — que atraíram também o interesse de capitalistas de risco. A última novidade do setor é a startup Oico. O marketplace de materiais de construção foi criado em abril deste ano, mas já atraiu investidores de peso.

A construtech obteve um aporte de US$ 1,5 milhão dos fundos Maya Capital e FJ Labs. A captação foi divulgada com exclusividade para Pequenas Empresas & Grandes Negócios. A Oico também faz parte da rodada atual de aceleração da Y Combinator.

A construtech dobra o volume transacionado em seu marketplace a cada mês. O próximo passo é adicionar mais otimizações de compra no marketplace.

A Oico foi criada pelos empreendedores Pedro Dellagnelo e Pedro Rocha. Os dois já tinham trabalhado em startups e procuravam criar o próprio negócio. Andando pelas ruas da cidade de São Paulo, notaram a grande quantidade de lojas independentes de materiais de construção. É um mercado fragmentado, com pequenos comércios de bairro que dependem de quem passa pelas suas fachadas. “Os donos nos contaram que precisavam de ajuda para entrar no mundo digital. Poderiam encontrar e servir melhor seus clientes”, diz Rocha.

Já os compradores de materiais de construção não queriam ir até lojas e comparar preços, principalmente quanto estão tocando diversas obras. A Oico focou em compradores profissionais. São arquitetos e mestres de obras autônomos ou de uma empresa maior, que compram materiais com frequência e têm maior necessidade de uma solução que simplifique o processo. A Oico estima que o varejo de material de construção seja um mercado de R$ 150 bilhões no Brasil. “O comprador profissional é uma fatia relevante desse setor, mas ela é pouco atendida. São clientes com uma série de dores e pouca inovação direcionada”, completa Dellagnelo.

A Oico começou a operar em abril deste ano. Segundo os empreendedores, a principal demanda dos compradores não estava em materiais de construção mais baratos — a mão de obra consome a maioria do custo de uma reforma. A construtech foca na economia de tempo e na facilidade no processo de compra dos materiais.

O usuário envia sua lista de compras e o marketplace busca o pedido inteiro entre diversos fornecedores. O usuário aprova o orçamento final e a Oico cuida da logística de entrega. Os compradores podem agilizar suas reformas e pegar mais contratos, sem ter de investir em funcionários no setor de compras.

Aporte e aceleração

A Oico dobra seu volume transacionado mês a mês. Sua proposta e ritmo de crescimento atraíram investidores nacionais e internacionais. A construtech captou uma rodada semente de US$ 1,5 milhão de investidores anjo e dos fundos FJ Labs e Maya Capital. O FJ Labs é um fundo criado pelos fundadores da OLX, que investe em marketplaces e é baseado em Nova York. Já o Maya Capital é focado em startups early stage na América Latina.

A construtech também participa da aceleração atual da Y Combinator. Airbnb e Rappi estão entre os mais de 2 mil negócios que passaram pela aceleradora do Vale do Silício.

“Queríamos criar um empreendimento de nível mundial, não apenas algo que fosse um pouco melhor do que temos hoje”, diz Dellagnelo. “A YC reforça uma disciplina de construir algo de que as pessoas realmente precisam. Focar no que é importante define nosso sucesso em curto prazo, fazendo com que clientes nos amem”, completa Rocha.

Esse mandamento se traduz na construção de um mínimo produto viável — o essencial para satisfazer a principal dor dos consumidores. Agora que a startup já permite fazer e acompanhar pedidos de materiais de construção, está investindo em processos que otimizem ainda mais o tempo de compra. Um exemplo é a sugestão de materiais com base no histórico de compra de clientes similares. O objetivo é que orçamentos de dias possam ser feitos em segundos. “Quanto maior o volume transacionado na plataforma, mais oportunidades de automatização e de rapidez nas compras futuras teremos”, diz Rocha.