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Família usa auxílio emergencial para criar negócio e vende marmitas via WhatsApp

20 de agosto de 2020

Maria Celia Sousa, 40 anos, sempre sonhou em ter seu próprio restaurante. Ela trabalhou durante anos em casas de família, cozinhando para fora e até na prefeitura de Araguaína, em Tocantins, onde mora. Há cinco anos, no entanto, precisou largar tudo para cuidar da mãe idosa, que tem sérios problemas de saúde. “Eu fiquei dividida, mas precisava cuidar da minha mãe.”

Com a pandemia e o início do auxílio emergencial de R$ 600, Celia percebeu a oportunidade de iniciar o próprio negócio e multiplicar o valor. Até então, ela vinha fazendo bicos e faxinas para pagar as contas, mas nunca tinha uma renda fixa. “Deus falou no meu coração que estava abrindo uma porta e eu ia trabalhar pra mim mesma”, diz.

Celia chamou as três filhas, Eliane De Sousa Lima, Helionicy de Sousa Lima e Hellyorranny de Sousa Macedo para conversar e perguntar se elas topariam entrar nessa jornada ao lado da mãe. Devido à pandemia, elas sabiam que o restaurante precisaria nascer como delivery, sem atendimento ao público, que é o real desejo da empreendedora para o futuro. As três toparam. “Eu disse: agora a responsabilidade de vocês é procurar o nome da empresa. Elas olharam uma para outra e veio ‘Marmitex das Meninas’.”

Com os R$ 600 do auxílio, Celia conseguiu iniciar o negócio há pouco mais de quatro meses. As entregas são realizadas por duas das filhas e por outro profissional contratado há menos de um mês.

O Marmitex das Meninas começou a atender apenas as redondezas, via WhatsApp, ligações e Instagram, mas com o sucesso passou a entregar em toda a cidade, que tem cerca de 180 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os clientes também podem encomendar e retirar a comida no local.

Celia e as filhas já chegaram a vender até 60 marmitas por dia e alcançaram um faturamento bruto mensal de R$ 6 mil. “Todos os dias eu compro [ingredientes], minhas filhas recebem todos os meses. Eu falei para elas: no horário de serviço somos funcionários.”

O próximo passo é transformar a casa em um restaurante com salão, para receber o público. Ela espera que isso aconteça antes de novembro. “Tem muitas pessoas que não pensam em crescer e que um pouco não pode se transformar em muito. Se todos pensarem diferente, muitas pessoas vão sair do deserto.”