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Conheça as estratégias da Chilli Beans para recuperar o tempo perdido

3 de setembro de 2020

Com dificuldade em levar os clientes até as lojas, o varejo brasileiro passou a apostar em um costume bem popular na China para vender durante a pandemia: as live commerces. São transmissões ao vivo que apresentam os produtos da marca, contam com ações de entretenimento e muitos descontos. Uma das empresas que se jogou de cabeça na empreitada foi a rede de franquias Chilli Beans.

A primeira ação da marca ocorreu em agosto e teve o tema Circus, que acompanhava a coleção lançada na ocasião. A rede lança uma nova linha a cada 45 dias. Para a ação, a Chilli Beans apostou em contar a história dos novos produtos e trouxe personalidades, como a atriz Isis Valverde. O retorno foi positivo, de acordo com o fundador da empresa, Caito Maia: mais de 450% de crescimento em visitação no site até cinco horas depois da transmissão e o dobro de vendas no canal digital.

A China passou da imitação para a inovação — e o Brasil pode aprender com isso

Animado com os resultados, ele já acertou o tema e a data da próxima live commerce: será no dia 1º de outubro e trará como tema uma coleção inspirada nos populares heróis da Marvel. Para essa edição, Maia disse a PEGN que pretende colocar em prática alguns aprendizados que teve com a primeira experiência. O principal deles é transmitir o conteúdo em todos os canais da marca, não apenas no site oficial.

“Foi muito legal, mas ainda estamos aprendendo. A gente deixou as pessoas comprarem só no nosso site. Nos dias de hoje não se pode limitar audiência, vamos abrir para todos os canais.” Também está prevista a transmissão em um site de relevância do público geek, mas ele não revelou o nome – nem imagens do novo material.

O gigante chinês Alibaba talvez seja a principal referência de vendas por lives, com eventos grandiosos e arrecadações de mais de US$ 30 bilhões. No Brasil, o movimento tem ganhado força. A Dengo Chocolates iniciou uma experiência de loja ao vivo em maio e a Casas Bahia, da ViaVarejo, testou um modelo similar durante a programação da TV Globo, ao vivo.

Corrida contra o tempo para fechar o ano no azul 

O dono da Chilli Beans espera conseguir reverter o prejuízo dos meses em que as lojas ficaram fechadas com as vendas online. Até o momento, ele tem conseguido. No último mês de agosto, as compras via e-commerce, WhatsApp e outras ferramentas somaram 20% e a rede conseguiu empatar com o faturamento do ano passado. Para efeito de comparação, em agosto de 2019, as vendas digitais somavam apenas 5%.

“Teve uma queda de loja física e ganho no online. Fizemos WhatsApp, competição entre os vendedores, lançamos campanhas e fomos nos movimentando. Um conceito interessante é: varejo é como se fosse um molho, se para de mexer, ele queima.”

Ainda no início da pandemia, ele percebeu uma maior oportunidade para a venda de óculos de grau no isolamento social. Assim, refez o mix das lojas e orientou os franqueados a vender também por meios digitais. Há cerca de oito anos, ele autorizou que as unidades tivessem suas próprias contas no Instagram e este canal tem sido utilizado para que os consumidores comprem diretamente das franquias.

Atualmente, os meios digitais representam apenas 4% das vendas nas lojas franqueadas, mas ele quer que a participação chegue a 20%. “Quando o cliente entra no site, ou no nosso aplicativo, pode ser direcionado para um atendimento via WhatsApp na loja mais próxima. O vendedor oferece o que tem no estoque e barganha com frete grátis e entrega em duas horas, por exemplo.”