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Segundo pesquisa, 80% dos formandos de medicina são bancados pela família, e 70% se declaram brancos

21 de outubro de 2020

De todos os alunos que estavam prestes a se formar em medicina em 2019, 80% afirmaram não ter renda própria – eram bancados pelos pais ou por pessoas próximas. Na maior parte dos casos, os salários do núcleo familiar somavam mais de R$ 5.700,00 mensais.

Os dados foram obtidos a partir dos questionários socioeconômicos do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2019, divulgados nesta terça (20). A prova avalia o perfil e os conhecimentos de alunos concluintes da graduação.

Abaixo, veja os principais destaques:

Renda familiar superior a R$ 5.700

Apenas 6,8% dos estudantes de medicina afirmaram que a renda familiar era de até R$ 1.431,50.

Na maior parte dos casos, a soma dos salários ultrapassava R$ 5.724,00.  

Poucos alunos eram responsáveis pelo sustento da família (0,6%). A maior parte, como já dito no início da reportagem, não tinha renda própria e era financiada por algum parente ou conhecido (81,9%). Há também 7,9% de estudantes que declararam depender de programas de renda do governo, como o Bolsa Família.

67,1% declararam ser brancos

Entre os formandos de medicina, 67,1% dos estudantes declararam-se brancos.

Há parcelas bem menores de: pardos (24,3%), pretos (3,4%), amarelos (2,5%) e indígenas (0,3%). Cerca de 2% não quiseram responder.

O Enade mostra também quem foram os beneficiados por políticas afirmativas e de inclusão social: 41% eram brancos e 44,6%, pardos.

É preciso lembrar que as cotas para universidades não consideram apenas a raça do estudante – há modalidades para ex-alunos de escolas públicas, por exemplo, ou para membros de famílias de baixa renda.

Mães dos alunos: maioria concluiu graduação ou pós-graduação

Dos concluintes de medicina, 66,1% têm mãe que terminou a graduação ou a pós-graduação.

Apenas 7,8% são filhos de mulheres que estudaram até o ensino fundamental.

Mulheres são maioria

Segundo os dados do Enade, em 2019, 59,1% dos concluintes de medicina em 2019 eram mulheres, e 40,9%, homens.

Os questionários socioeconômicos mostram também que metade dos alunos tinha de 25 a 29 anos.

Como o Enade funciona?

Em 2019, o Enade avaliou o conhecimento de quem estava prestes a se formar nas áreas de ciências agrárias, ciências da saúde, engenharias, arquitetura e urbanismo; e nos cursos tecnológicos de ambiente e saúde, produção alimentícia, recursos naturais, área militar e segurança.

Há outros dois conjuntos de cursos, que serão avaliados nas próximas edições:

  • Bacharelado ou licenciatura em ciências biológicas; ciências exatas e da Terra; linguística, letras, artes e áreas afins; cursos tecnológicos em controle e processos industriais, informação e comunicação, infraestrutura e produção industrial.
  • Bacharelado em ciências sociais aplicadas e áreas afins; em ciências humanas (cursos que não sejam avaliados no âmbito das licenciaturas; cursos superiores de tecnologia em gestão e negócios, apoio escolar, hospitalidade e lazer, produção cultural e design.

São dois instrumentos de avaliação:

  • prova sobre os conteúdos e habilidades desenvolvidos durante a graduação, formada por questões de formação geral (8 testes e 2 discursivas) e de conhecimentos específicos (27 testes e 3 discursivas);
  • e questionário de perfil dos alunos.