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Luiza Helena Trajano ensina como sair mais forte da pandemia

27 de novembro de 2020

Assim que a pandemia começou, Luiza Helena Trajano, presidente do conselho do Magazine Luiza e do grupo Mulheres do Brasil, congelou. “Fiquei paralisada. Nunca senti isso”, contou ela, sobre a experiência durante a palestra de encerramento da Feira do Empreendedor 2020, promovida pelo Sebrae.

Nessas 48 horas de pavor, entendeu que o medo era o grande responsável. Resolveu agir: “Saí pedindo ajuda”. Foi assim que se encheu de coragem para enfrentar os desafios trazidos pelo novo coronavírus.

Uma de suas missões foi trabalhar, junto com o Sebrae e com outros órgãos, para que o governo desenvolvesse medidas emergenciais. Outra, mergulhar no digital. “Saí dando lives e participando de eventos”, para público de empreendedores de capitais e de cidades do interior.

No ano passado, ela já havia falado sobre o ambiente virtual com foco em pequenas e médias empresas, inclusive em uma série em seu Instagram. Na ocasião, sinalizava que o online havia vindo para ficar, mesmo achando que a transição seria um pouco demorada. “Depois de 10 sessões, pensei: ‘Esse digital vai demorar muito’. Mas aí veio a pandemia.”

É esse, inclusive, um dos conselhos que a empresária dá para quem está à frente de negócios de pequeno porte: investir nas plataformas online. Não sabe? Tudo bem, diz ela. Pode-se começar com vendas no WhatsApp e depois estender as ações para outras mídias.

Vale também procurar quem pode ajudar, como grandes varejistas que dispõem de marketplace, como o Magalu. Eles abrem oportunidade para que pequenos negócios comercializem seus produtos em suas plataformas. “Toda semana damos treinamento para quem está no Magazine Luiza Digital.”

O diretor-superintendente do Sebrae-SP, Wilson Poit, que conduziu o bate-papo com Luiza Helena, indicou ainda procurar um evento oferecido pela entidade, “Seu Negócio Digital em 5 Dias”. Os webinars, realizados em junho, estão disponíveis no site do Sebrae.

Luiza Helena acredita que a loja física não vá acabar. Mas reforça: “A venda digital não é querer entrar, é uma questão de sobrevivência”.

Erro, sim

Quem ouve essa empresária, que tem um patrimônio de bilhões de reais, pode achar que ela não comete deslizes em suas redes e que o conteúdo é feito somente por profissionais especializados. Descontraída, ela reconhece: “Sou inacabada, não tenho medo de errar”.

Prova disso, conta ela, foi a experiência com o Instagram. A filha de Luiza Helena achou horrível a foto que a mãe havia publicado, questionando se sua conta era aberta. A empresária não viu nisso um problema: pediu ajuda, errou, mas diz que não deixou que outras pessoas fizessem por ela.

Mergulhar nesse universo online, no entanto, tem alguns desafios. Por isso ela recomenda que só seja anunciado online aquilo que a empresa tem, de fato, capacidade de entregar. Atraso em entrega, por exemplo, é algo ruim. Em casos como esse, vale telefonar para o cliente.

Para os pequenos negócios do setor de serviços, a dica é tomar cuidado com os procedimentos de segurança e higiene. Nas lojas – como um salão de beleza – ou nas visitas em domicílio – a exemplo de empresas de reparos domésticos –, vale investir em máscara, luva, álcool em gel e termômetro. Precauções como essas fazem com que o cliente recomende o produto ou serviço às pessoas mais próximas.

Com CNPJ

Outro ponto importante para quem tem uma micro ou pequena empresa é buscar formalização. Luiza Helena orienta a procurar o Sebrae e entender melhor sobre os diversos tipos de pessoa jurídica. “Se não tiverem um mínimo de formalidade, não vão conseguir tirar o dinheiro de ninguém.”

Tudo isso pensando em resultados em médio e longo prazos. Não é possível imaginar o que vai acontecer em um mês, reforça ela. “Faça de cada dia o mais importante de sua vida. Atenda bem o cliente.”

“Quando a gente é pequeno, tem que focar uma coisa: vender. Quando a gente vende, tudo passa a ser bom. Eu brinco que os medos terminam.”

Poit, do Sebrae-SP, diz que, no ano que vem, a Feira do Empreendedor terá formatos digital e físico. “Os pequenos precisam de contato presencial, olho no olho”, diz afirma. Ela completa: “Não só os pequenos”.