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HNSN é o primeiro da Paraíba a adotar na UTI a monitorização não invasiva da pressão e complacência do cérebro

18 de janeiro de 2021

O Hospital Nossa Senhora das Neves (HNSN), em João Pessoa (PB), acaba de adotar na rotina da UTI o método não invasivo de monitorização da complacência e pressão intracraniana da startup brasileira brain4care. Com isso, o HNSN é o primeiro da Paraíba a ter essa tecnologia. Esse investimento acontece alinhado a três pilares: inovação, efetividade do método de monitorização na UTI e investimento no desenvolvimento científico”, afirma Luís Livieri, CEO do HNSN. A efetividade da monitorização não invasiva da brain4care é reconhecida pelo médico José Lopes de Sousa Filho, Coordenador da Neurocirurgia do HNSN. Segundo ele, o método brain4care tem se revelado importante como suporte à decisão de médicos da UTI. “É uma tecnologia disruptiva que por ser não invasiva e sem riscos para o paciente entra como um parâmetro a mais para guiar a conduta médica”, diz.

Segundo Livieri, o projeto do HNSN é utilizar a solução por três meses na UTI, consolidar os dados e, em seguida, formar um comitê para avaliar onde mais a monitorização não invasiva pode ser utilizada. Uma possibilidade a ser estudada é na triagem de pacientes no Pronto Socorro. O HNSN também tem um Instituto de Pesquisa e considera investir em estudos que envolvam dados sobre a pressão intracraniana e a complacência cerebral. Além disso, o CEO destaca que a brain4care fornece sua tecnologia por meio de um modelo de negócios que facilita a escalabilidade da solução: uma assinatura fixa mensal por sensor, independentemente do volume de monitorizações.

Por que é inovadora e disruptiva?

Para entender porque a monitorização cerebral não invasiva é inovadora e disruptiva é preciso saber que a medicina no mundo em relação a caixa craniana no adulto guia-se por um dos pilares da doutrina científica de Monroe-Kellie, de 1783. Essa teoria afirma que a caixa craniana é inextensível no adulto e que, portanto, qualquer dado sobre a pressão intracraniana só pode ser obtido por meio de procedimentos invasivos. E assim, o protocolo convencional e consolidado na medicina para obter informações sobre a pressão intracraniana pressupõe fazer um furo na caixa craniana e inserir um cateter no cérebro do paciente. Por ser invasivo, esse procedimento cirúrgico somente é realizado em casos selecionados, em que o médico avalia o risco versus os benefícios para o paciente.

Mas o cientista brasileiro Sérgio Mascarenhas descobriu que a caixa craniana é expansível e publicou seu primeiro artigo sobre o tema em 2012. Com base nessa descoberta, criou a brain4care para levar o benefício da monitorização não invasiva da pressão e complacência cerebral ao maior número possível de pessoas. Pelo método brain4care, as alterações da pressão intracraniana e da complacência cerebral são captadas por meio de um sensor totalmente não invasivo encostado na cabeça do paciente com auxílio de uma cinta. Os dados podem ser acompanhados on-line, em tempo real, em um dispositivo (tablet, smarthphone ou monitor hospitalar) conectado à internet. Além disso, o sistema brain4care emite relatórios detalhados da monitorização que são interpretados pelo médico. Toda a tecnologia da informação da brain4care segue o padrão norte-americano de segurança estabelecido pelo HIPPA (Health Insurance Portability and Accountability Act). A solução é certificada pela Anvisa, no Brasil, e liberada pelo Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos