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Especialista destaca importância de monitorar a pressão arterial em não hipertensos

26 de abril de 2021

Frequentemente observada na população adulta, a hipertensão arterial é um problema crônico que não apresenta sintomas na maioria dos casos. Por causa dessa característica, essa patologia merece atenção e cuidados redobrados.

A cardiologista Verônica Garcia, médica cooperada da Unimed João Pessoa, orienta que é preciso criar o hábito de aferir a pressão arterial em domicílio, mesmo em pessoas que não sejam hipertensas. “A medida é importante principalmente quando há casos de pais e familiares hipertensos, pois há uma probabilidade dez vezes maior de herdar a patologia”, alerta.

Segundo a médica, a conduta de aferir a pressão arterial é importante porque o hipertenso pode sofrer consequências sem saber que o problema existe. “Quando não controlada, a hipertensão arterial pode desencadear insuficiência renal, infarto do miocárdio, cardiopatia hipertensiva e até acidente vascular cerebral. Por outro lado, se for bem cuidada, é possível conviver bem e ter vida longa”, explica.

Prevenção – De acordo com o Ministério da Saúde, há mais de 30 milhões de hipertensos no Brasil, mas apenas 10% fazem o tratamento adequado. Não fumar, moderar o peso, diminuir o consumo de sal, adicionar mais verduras cruas na alimentação, evitar massas, refrigerantes, bebidas alcoólicas e doces são os principais hábitos para prevenir e controlar a hipertensão. “Também é importante diminuir o estresse e encarar as adversidades da vida com mais leveza”, orienta Verônica.

A aposentada Maria Lourenço, de 73 anos, descobriu que tinha hipertensão arterial há mais de 40 anos. Segundo ela, apesar dos pais serem hipertensos, nunca apresentou sintomas. “Foi durante um exame de rotina que a aferição mostrou a pressão arterial muito elevada. Comecei a tomar medicamentos e, desde então, não parei mais. Foram diversas mudanças até chegar em um remédio que controlasse”, conta.

Atualmente, Maria leva uma vida normal e conta que não descuida da saúde. “Faço aferição em casa e também o acompanhamento frequente com o médico. Além disso, pratico exercícios como caminhadas e me alimento de forma saudável”, diz.

Diretrizes – Estudos da Sociedade Brasileira de Cardiologia trouxeram avanços no contexto do diagnóstico, avaliação e tratamento, publicados na Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial (DBHA) 2020. De acordo com as análises, pessoas sem hipertensão, mas que têm pais hipertensos, devem ficar atentas às aferições iguais ou superiores a 130×80 mmhg. “Esse resultado indica a necessidade de buscar ajuda especializada. A partir daí, já é importante iniciar imediatamente a mudança nos hábitos de vida”, diz.

Em ambiente hospitalar, segundo Verônica, as aferições feitas por profissionais de saúde até 140×90 mmhg são consideradas normais. A especialista também ressalta que é essencial realizar avaliações frequentes. “Os que estão muito bem, fazendo exercícios físicos, se alimentando corretamente e tomando medicação devem buscar o médico uma vez ao ano. Já os que têm comorbidades, dificuldades para controlar os níveis de pressão e não se adaptam as medicações precisam de visitas mais frequentes e equipes multidisciplinares”, orienta.

O dia 26 de abril é marcado anualmente como o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial. Durante o mês, é realizada a campanha “Abril Vermelho”, que tem o propósito de informar à população sobre a doença e os tratamentos.