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Mulheres paraibanas avançam no campo do empreendedorismo

7 de março de 2016

Limpar a casa, preparar refeições e organizar toda a vida doméstica já não são mais tarefas destinadas somente às mulheres. Além de mais presentes nos postos de trabalho, elas estão também mais ativas no mundo dos negócios, empreendendo tanto quanto os homens, em áreas diversas. Seja à frente de um pequeno empreendimento ou no comando de uma grande empresa, o espaço ocupado por elas cresce todos os anos.

O último levantamento do Global Entrepreneurship Monitor 2015 (GEM-2015), estudo que faz o mapeamento do empreendedorismo em todo o mundo, ressalta a participação das mulheres no mundo empreendedor. No Brasil, segundo o estudo, elas iniciam novos negócios em proporções similares a dos homens. Enquanto eles são responsáveis por 51% dos empreendimentos iniciais, elas detêm 49% dos novos negócios. Já entre as empresas estabelecidas (com mais de três anos e meio), as mulheres comandam 44% e os homens, 56%.

Na Paraíba, o panorama não é diferente. De acordo com dados da Receita Federal, dos quase 80 mil microempreendedores individuais (categoria empresarial que fatura até R$ 60 mil por ano), 45,8% são mulheres. Esse cenário mostra o poder das mulheres no mundo dos negócios, destaca a analista técnica e gestora do prêmio Sebrae Mulher de Negócios, Maria José Menezes. “Os números revelam que elas estão mais empreendedoras. Elas não querem somente ter um emprego, mas também ter seu próprio negócio. Quando iniciam o empreendimento, percebem o quanto isso é transformador em suas vidas”.

Foi o caso de Alkiria Rezende, da Muxito Natural, que vende sanduiches funcionais livres de lactose. Diante de um mercado de trabalho fechado para pessoas mais velhas, a microempresária resolveu que empreender era a solução.  “Eu estava desempregada e cheia de responsabilidades e compromissos a cumprir. Minha ideia de negócio nasceu na dificuldade. Devido à falta de oportunidade –  no Brasil uma pessoa acima dos 40 anos fica limitada no mercado de trabalho –  resolvi começar trabalhar em casa e muitas ideias foram surgindo”.

A empreendedora percebeu que com planejamento e perseverança seu negócio poderia vingar. “Passamos muitas dificuldades. Tiveram noites que minhas filhas não tinham o que jantar, eu não sabia se comprava comida para elas ou ingredientes para fazer o sanduiche. Eu tinha o dom para cozinhar, tinha a ideia, mas ainda assim enfrentava problemas que impediam o negócio de crescer. Foi aí que procurei o programa SebraeTec, do Sebrae”.      

A partir daí, aliada a sua força de vontade e disposição para trabalhar, a empreendedora buscou uma série de instrumentos que auxiliaram o desenvolvimento do negócio. “Registrei a nova empresa e criei o site, através do Programa ALI. Eu não imaginava a dimensão do que estava por vir depois que busquei o Sebrae. Fiz cursos, consultorias, participei de feiras, fiz um novo plano de negócios, me capacitei, vendo a possibilidade de inovar nos produtos. Os sanduíches passaram por todos os procedimentos de boas práticas de fabricação a fim de garantir as condições higiênico-sanitárias em alimentos preparados, sendo então embalados e lacrados na seladora, retirando-se o ar e em seguida etiquetados com o valor nutricional”.

As mudanças foram grandes e trouxeram novas perspectivas de negócios para Alkiria Rezende. “Com as novas mudanças a nossa visão ganhou fôlego e com novos clientes o crescimento foi de 80% em um ano. Foram criados três produtos: um sanduíche vegano, para o público vegetariano; o kids, para o público infanto-juvenil e os mini-sanduíches para eventos de pequeno e médio porte. A nossa pretensão é crescer 120% até dezembro deste ano”, disse.

Versatilidade –  De acordo com a gerente da Unidade de Gestão Estratégica e Planejamento do Sebrae Paraíba, Ivani Costa, as facilidades encontradas hoje para se abrir um novo negócio fez do empreendedorismo uma alternativa para que a mulher pudesse conciliar todas as atividades do dia a dia.

“A mulher empreendedora geralmente é mãe, esposa, dona de casa e empresária. Ao invés de ela buscar vínculo empregatício, ela procura empreender até pela liberdade de conciliar horários, tomar decisões e cuidar da família. Neste contexto, o microempreendedor individual (MEI) tem se tornado uma grande alternativa na hora de abrir o próprio negócio, pelo fato de o procedimento ser menos burocrático e mais acessível”, disse.

E aquelas que buscam qualificação e planejamento têm maior vantagem no competitivo universo empreendedor. “Quanto melhor a gestão, mais competitiva e sustentável é a empresa, o que, por consequência, fortalece a economia local e nacional. Novos padrões de gestão e liderança, desenvolvidos pelas mulheres, geram produtividade no ambiente de negócios”, destacou a gerente.