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Arroz começa a perder espaço na cesta de compras

17 de setembro de 2020

A alta no preço do arroz pegou o brasileiro de surpresa. Como se já não bastasse todo o estrago causado pela pandemia de coronavírus na vida das pessoas e na economia, um dos alimentos mais presentes na dieta da população está com preços proibitivos. De acordo com o Índice de Preços dos Supermercados, calculado pela APAS, em parceria com a Fipe, o preço do arroz subiu 25,7% de janeiro a agosto deste ano no estado de São Paulo, a maior alta desde 2008. E a própria Apas ainda diz que não há como afirmar que os preços já atingiram o seu auge. Já o presidente da ABRAS, João Sanzovo Neto, sugeriu que a população substitua o arroz por macarrão.

Mas como o consumidor está reagindo a isso? A Horus Inteligência de Mercado analisou os impactos da alta dos preços de arroz na cesta do consumidor em todo o país.  O período analisado corresponde ao primeiro, segundo, terceiro e quarto bimestres de 2020 nos canais super e hipermercados e também no atacarejo.

De acordo com a pesquisa, ao comparar o quarto bimestre de 2020 com o bimestre anterior, observou-se um aumento de 7,6% no preço médio do arroz e uma redução de 1,8 pontos percentuais (p.p) na presença dessa categoria na cesta do consumidor. “Ao se comparar o quarto semestre contra o primeiro, observa-se que o aumento de preço foi de 26,3%, enquanto a redução na presença do arroz na cesta foi de apenas 0,2 p.p, sugerindo uma retomada do comportamento pré-COVID, não ocasionado unicamente pela alta dos preços da categoria”, comenta Luiza Zacharias, diretora de novos negócios da Horus.

Menos presença na cesta

Com a alta do preço do arroz, o consumidor de arroz reduziu o tamanho de sua cesta em 13,6% refletindo numa queda de 8,5% do tíquete médio médio da cesta como um todo, quando se compara o  quarto bimestre com o anterior. “Olhando apenas para a categoria de arroz, verificou-se quedas menores nesses indicadores, de 9,4% no número médio de unidades compradas e 2,6% no valor do tíquete médio, sugerindo que o consumidor de arroz vem abrindo mão de outros itens de sua cesta para manter o consumo de arroz”, diz Luiza.

Dentre as categorias que perderam mais espaço na cesta do consumidor entre os períodos de MAI-JUN e JUL-AGO, os destaques são leite condensado, farinhas e grãos (itens ligados à indulgência) e sabão para roupa que perderam, respectivamente, 8,98 p.p, 8,73 p.p e 7,46 p.p em presença na cesta do consumidor de arroz.

Em contrapartida, algumas categorias de alimentos ganharam espaço dentro da cesta do consumidor entre os períodos de MAI-JUN e JUL-AGO, sendo os principais destaques Pão, Verduras e Bovinos, com crescimento de 4,14p.p , 3,9p.p e 3,76p.p, respectivamente.