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Confira 7 sinais de que a Amazon quer dominar o varejo no Brasil

16 de novembro de 2020

Confira algumas das estratégias adotadas pela Amazon nos últimos doze meses para se tornar líder na preferência dos compradores online brasileiros

A Amazon anunciou nesta semana o lançamento de três novos Centros de Distribuição (CDs), somando agora oito CDs no Brasil. A maior quantidade de galpões logísticos é fundamental para a empresa acelerar suas entregas no país, já que seu modelo de negócios no Brasil não envolve lojas físicas. O objetivo dessa e de outras iniciativas que listaremos abaixo é fazer frente à concorrência brasileira – e rápido.

O varejo online no Brasil ganhou tração na pandemia e as competidoras da Amazon vêm apresentando resultados positivos. No terceiro trimestre deste ano, o Magazine Luiza teve aumento de 148% nas vendas digitais na comparação anual, que totalizaram R$ 8,2 bilhões. O canal respondeu por dois terços das vendas da empresa.

A Via Varejo, dona das Casas Bahia e do Pontofrio divulgará resultados do terceiro trimestre nesta quinta-feira (12). O grupo teve crescimento de 280% no volume de vendas online no segundo trimestre deste ano, para R$ 5,1 bilhões, na comparação com o mesmo período de 2019.

Já a B2W, dona de sites como Submarino e Americanas.com, viu as vendas totais no segmento online subirem 56,2% no terceiro trimestre sobre um ano antes, totalizando R$ 7,26 bilhões. Por fim, o Mercado Livre (MELI34) reportou um volume de vendas de US$ 5,9 bilhões entre julho e setembro, valor 62,1% superior ao mesmo período do ano passado.

A Amazon é listada na bolsa tecnológica americana Nasdaq, mas o investidor brasileiro pode adquirir BDRs da empresa, que são os recibos das ações negociados na volsa brasileira (entenda mais).

Sem capital aberto no Brasil, os dados da operação no país são mais restritos – a varejista americana compartilhou apenas que a divisão de varejo da empresa (vendas diretas de produtos da Amazon) passou de 16 para 35 categorias de produtos de janeiro de 2019 até outubro de 2020 no Brasil.

Mas vem investindo em várias outras frentes para conseguir concorrer de igual para igual com as varejistas que já estão consolidadas no país.

O lançamento de CDs não é o único sinal de que a gigante de tecnologia está de olho no mercado brasileiro. Veja outras estratégias anunciadas recentemente que mostram como a companhia busca se tornar líder na preferência dos compradores brasileiros no varejo online:

1 – Novos centros de distribuição

Betim (MG), Nova Santa Rita (RS) e Santa Maria (DF) receberam centros de distribuição da Amazon nesta semana. “Até o mês passado entregávamos em dois dias em mais ou menos 400 cidades. Agora são cerca de 500 cidades”, disse Alex Szapiro, presidente da Amazon no Brasil. Desde 2019, a Amazon vem apostando em ampliar sua capilaridade no território brasileiro – passou de um para oito centros de distribuição no país.

Mas essas cidades não foram as únicas regiões brasileiras a ganharem galpões da companhia nos últimos meses.

Em setembro deste ano, a Amazon abriu um CD com 100 mil metros quadrados em Cajamar (SP). A gigante de comércio eletrônico já tinha três outros centros em Cajamar e um em Cabo Santo Agostinho (Pernambuco). O último é responsável por atender as encomendas das regiões Nordeste e Norte.

2 – Prime Day no Brasil

O Amazon Prime Day 2020, tradicional evento de descontos da gigante americana de comércio eletrônico, aconteceu nos dias 13 e 14 de novembro em 19 países. Foi a primeira vez que o saldão foi realizado no Brasil, indicando a importância do mercado para a gigante de comércio eletrônico.

A quantidade de produtos comprados por aqui nas primeiras 24 horas foi maior do que a registrada pela Amazon no Brasil durante a Black Friday de 2019. Eletrônicos, moda e livros dominaram o faturamento dos vendedores parceiros da Amazon.

As ofertas do Prime Day são exclusivas para assinantes do Amazon Prime (veremos mais sobre o serviço abaixo).

3 – Amazon Prime no Brasil

O Amazon Prime chegou ao país em setembro do ano passado. Uma mensalidade de R$ 9,90 dá direito a serviços como frete grátis, entrega em um dia útil e acesso a filmes e séries, músicas, livros e jogos dentro da plataforma da Amazon.

Esse foi um dos anúncios mais significativos da gigante de comércio eletrônico no Brasil. O presidente da Amazon no Brasil afirmou, na época, que o negócio da companhia se baseia na recorrência. Estudos endossam o posicionamento. Segundo pesquisas feitas em 2018, o cliente Prime nos Estados Unidos gasta, em média, US$ 1.400 no e-commerce ao ano. Enquanto isso, não-membros gastam algo em torno de US$ 600.

“Ao contrário de uma academia de ginástica, que lucra quando as pessoas pagam o plano sem treinar, queremos que os clientes usem nossos serviços o máximo possível. Quanto mais usar, maior será a chance de ele consumir”, disse Szapiro. No mundo todo, o Amazon Prime conta com mais de 150 milhões de assinantes.

4 – Interesse na compra dos Correios

A Amazon é uma das cotadas no mercado para adquirir o serviço brasileiro de postagem Correios. O projeto que abre caminho para a privatização da estatal está em fase de finalização no Ministério das Comunicações e será encaminhado ao Congresso até o fim de 2020, segundo Fabio Faria, ministro das Comunicações.

Faria diz que a venda tem potencial de atrair mais de dez empresas e poderia render cerca de R$ 15 bilhões aos cofres públicos. Quem assumir o controle da estatal ficará com o ônus e o bônus, segundo o ministro. A compradora terá acesso a um grande mercado, mas será necessário oferecer serviços postais em locais remotos do país.

O ministro citou nominalmente as quatro companhias que estão na disputa: Amazon, DHL, Fedex e Magazine Luiza. No caso de Amazon e Magazine Luiza, a compra dos Correios poderia significar uma vantagem na redução dos prazos de entrega dos produtos comercializados, o que se reflete em conquistar mais clientes.

5 – Programe e Poupe

O “Programe e Poupe”, lançado em julho deste ano, foi mais uma das investidas da varejista americana no mercado brasileiro.

O consumidor que compra os mesmos produtos regularmente pode programar as entregas com antecedência e receber 10% de desconto no valor dos pedidos, além de frete grátis a partir da segunda compra.

Segundo afirmou a Amazon na época, o programa visa garantir conveniência, flexibilidade e controle ao consumidor. O objetivo é que compras rotineiras de itens de supermercado, por exemplo, possam ser feitas automaticamente – algo interessante para aqueles que realizam compras dos mesmos produtos de forma recorrente e habitual.

6 – Alexa em português

A Alexa, assistente virtual por voz da Amazon, recebeu sua versão em português em outubro do ano passado. A tecnologia estava em testes desde dezembro de 2018. Os alto-falantes da linha Echo abrigam a assistente e podem ser espalhados pela casa para, por exemplo, acionar eletrodomésticos e controlar as luzes de um ambiente.

A partir de comandos de voz simples, a Alexa é capaz de ler notícias, tocar músicas, consultar o trânsito, pedir Uber ou iFood e fazer compras. Vale lembrar que a concorrente Magalu também tem uma assistente virtual, a Lu, voltada para compras.

7 – Novos produtos

A Amazon chegou ao país há quase oito anos, vendendo livros digitais. Desde então, vem anunciando novas categorias. Um ponto de virada foi a adição de vendedores terceiros a partir de 2017, inaugurando seu formato de marketplace no país.

A Amazon passou a comercializar produtos como livros impressos; o Kindle, leitor de livros digitais; eletrônicos; itens de casa e cozinha; aparelhos de informática e celulares; jogos; e itens de escritório e papelaria.