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Supermercados criarão comissão para discutir políticas antirracistas

25 de novembro de 2020

As principais redes de supermercados do país deverão criar uma comissão para debater práticas antirracistas nas lojas do setor. A ideia, segundo fontes, é compartilhar ações implementadas e propor novas medidas de combate ao racismo e promoção de igualdade racial, com participação também de outros setores da sociedade civil.

A questão deverá ser encaminhada dentro da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), considerada pelos varejistas o “ambiente” ideal para essa discussão, disse uma fonte. Representantes de empresas como Carrefour, Grupo Pão de Açúcar e Big (ex-Walmart) deverão compor a comissão.

A assassinato de um cliente negro por seguranças brancos em uma loja do Carrefour em Porto Alegre, na sexta-feira, véspera do Dia da Consciência Negra, aumentou a pressão sobre o setor.

Outro ponto criticado por analistas refere-se às ações de gestão e controle dos serviços terceirizados. Isso porque os dois seguranças que mataram João Alberto Freitas eram funcionários terceirizados da empresa – um deles, policial temporário.

Grandes grupos varejistas terceirizam a área de segurança patrimonial porque, por lei, não podem prestar esse serviço. Muitas vezes, eles recorrerem a companhias regionais da área, que, por sua vez, contratam vigilantes no mercado, “quarteirizando” o trabalho. Os supermercados podem atuar apenas no controle de perdas e “quebras” de produtos.

O Carrefour vem debatendo mudanças em suas normas internas, como revisão de procedimentos de contratação de serviços, ajustes na capacitação de pessoal e fortalecimento dos canais de denúncia voltados para discriminação racial, segundo uma fonte. A empresa também anunciou a criação de um comitê voltado a essa discussão.