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Em painel apenas com realizadoras negras, Fest Aruanda debate cinema e racismo estrutural

12 de dezembro de 2020

Historicamente o Brasil é um país que inviabiliza o negro, em diversas esferas. E debater esse racismo considerado estrutural, o Fest Aruanda convidou três cineastas paraibanas para participar do painel “O Cinema Negro e o Racismo Estrutural”. Joyce Prado, Kalye Almeida e Carine Fiúza falaram de suas experiências, obras e contexto histórico num espaço on-line mediado pela jornalista e crítica de cinema, Maria do Rosário Caetano.

“Em um país onde se mata jovens pelo simples fato de serem pretos, esse debate é urgente. O Brasil distingue o ser humano de acordo com sua cor, sobretudo”, destaca a cineasta Kalyne Almeida e aponta que é preciso debater mais sobre o tema. “Temos que trabalhar para que venham mais protagonistas negras e negros, mais diretoras pretas, mais falas que retratem o Brasil, pois o país é, em sua maioria, negro”, pontua.

A cineasta participa da mostra “Sob o Céu Nordestino”, com o longa “Aponta Pra Fé – Ou Todas as Músicas da Minha Vida”. “Meu filme tem como protagonista uma mulher negra e suas camadas simbólicas. Tive minha construção enquanto mulher negra, filha e neta de negras e minhas referências simbólicas são de luta contra o racismo estrutural. Isso agregou ao processo de direção do filme, mas, sobretudo, meu processo para a construção do longa foi de escuta. Ouvi a comunidade onde gravei – Porto do Capim, em João Pessoa – ouvi as mulheres de lá mais do que falei.”, destaca.

Para Kalyne, o fato de apenas mulheres terem sido escolhidas para participar deste painel se deu por conta das representações dos filmes nas mostras. “Eu e Joyce Prado estamos com filmes concorrendo, e Carine está estudando o tema. Além de sermos militantes, somos realizadoras”.

Para o fim de semana são esperadas novas mostras competitivas, debates com os diretores dos curtas-metragens exibidos na sexta e sábado, além de painéis e uma mesa redonda.

Programação do fim de semana:

Sábado 12/12

00h01 – Sessão 1 – Machado Bittencourt – parceria internacional Universidade Lusófona de Portugal.

01h – Sessão Walfredo Rodriguez – Abertura da Mostra Competitiva “Sob o Céu Nordestino” com curtas paraibanos e longas metragens

02h – Sessão 3 – Linduarte Noronha – 2º dia da Mostra Competitiva Nacional de curtas e longas metragens

09h – Diálogos Audiovisuais Aruanda-Cagepa I – debate com os diretores dos curtas-metragens exibidos na sexta.

10h – Diálogos Audiovisuais Aruanda-Energisa II – debate com os diretores dos longas-metragens exibidos na sexta

11h – Painel Aruanda-Energisa/Cagepa – A permanência de ‘Aruanda” – 60 anos depois, na história do cinema brasileiro

15h – Mesa Aruanda-Cagepa: Festivais Audiovisuais Paraibanos em 2021: Espaços de difusão, distribuição e preservação.

Domingo 13/12

00h – Sessão 1 – Machado Bitterncourt – Homenageados: Vania Perazzo e João Carlos Beltrão

01h – Sessão 2 – Walfredo Rodriguez – 2º Dia da Mostra Competitiva “Sob o Céu Nordestino” de Curtas Paraibanos e Longas Metragens

02h – Sessão 3 – Linduarte Noronha – 3º Dia da Mostra Competitiva Nacional de Curtas e Longas Metragens

Confira a programação completa: https://www.festaruanda.com.br/

Serviço:
15° Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro
Data: 10 a 17 de dezembro de 2020
Site: www.festaruanda.com.br
Aruanda Play: https://aruandaplay.festaruanda.com.br/