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Recuperação do emprego é menor entre mulheres, revela a Organização Internacional do Trabalho

22 de julho de 2021

Um levantamento da Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgado na segunda-feira (19), mostra que, entre 2019 e 2020, o emprego das mulheres diminuiu 4,2% globalmente, representando 54 milhões de empregos, enquanto os homens sofreram um declínio de 3%, ou 60 milhões de empregos.

O relatório “Construindo um Futuro Mais Justo: os direitos das mulheres ao trabalho e no trabalho no centro da recuperação COVID-19” analisa como as desigualdades de gênero no mercado laboral foram ampliadas pela COVID-19 e como irão persistir no futuro próximo. De acordo com o estudo, mesmo se houver mais vagas de trabalho, elas serão insuficientes para levar as mulheres aos níveis de emprego pré-pandemia.

Segundo a OIT, apenas 43,2% das mulheres estarão empregadas este ano, na comparação com 68,6% dos homens. Isso significa que haverá menos 13 milhões de mulheres empregadas neste ano em comparação com 2019, mas o número de homens ocupados provavelmente se recuperará dos níveis de dois anos atrás.

Entre as possíveis explicações para essa diferença, a OIT sugere que as mulheres tiveram perdas desproporcionais de emprego e renda porque estão sobre-representadas nos setores mais afetados pelos fechamentos, como hotelaria, serviços de alimentação e manufatura.

Desigualdades regionais – Nem todas as regiões foram afetadas da mesma forma. O estudo revelou que o emprego feminino foi mais afetado nas Américas com queda de 9,4%.

A segunda maior redução foi vista nos Estados Árabes: entre 2019 e 2020, o total de mulheres trabalhando foi 4,1% menor e o de homens, 1,8% menor. 

Na Europa e na Ásia central, o nível de emprego entre elas caiu 2,5% e na África a queda foi de 1,9%. No continente africano, a taxa de emprego entre os homens praticamente não apresentou mudanças, com redução de apenas 0,1%. 
Bons

Exemplos de políticas – A OIT cita os exemplos do Chile e da Colômbia, que aprovaram subsídios salariais para novas contratações, com maiores subsídios para as mulheres. Já a Colômbia e o Senegal ampliaram o apoio às empreendedoras. 

No México e no Quênia, foram estabelecidas quotas para garantir que as mulheres se beneficiem de programas para o emprego no setor público. 

Reomendações – A OIT reforça que colocar a igualdade de gênero no centro da recuperação da pandemia é essencial. A organização sugere algumas estratégias, como jornadas de trabalho flexíveis, para haver uma divisão mais justa do trabalho em casa entre homens e mulheres, e investir na economia do cuidado porque os setores de saúde, assistência social e educação são importantes geradores de empregos, principalmente para as mulheres.

Outras propostas da OIT são: maior acesso à proteção social, promoção de igualdade salarial, fim do assédio no ambiente de trabalho. Segunda a agência, a participação das mulheres nos órgãos de tomada de decisão também faria uma grande diferença.